Em carta dirigida a parlamentares do MDB, o ministro
da Secretaria de Governo Carlos Marun propôs que
o MDB e o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles (pré-candidato à
Presidência), defendam uma forma de “leniência” ao caixa dois praticado em
eleições passadas e a cobrança por serviços públicos de saúde. O articulador
político do governo de Michel Temer também sugere a fixação de mandatos para
ministros do Supremo Tribunal Federal e a criação de uma nova corte, acima do
STF.
“Vamos desburocratizar as eleições, mas punir realmente o
uso de dinheiro ilegal nos pleitos. Podemos propor uma forma de leniência para
o caixa dois já praticado e o criminalizarmos para o futuro”, escreveu o
ministro, que é citado na Operação Registro Espúrio, suspeito de interferir em
registro de sindicatos no Ministério do Trabalho.
“Vamos propor mandatos para o STF, revogar a Lei da
Bengala, votar a Lei do Abuso de Autoridade, e criar uma Corte Constitucional
que possa dirimir conflitos entre as decisões do STF e a Constituição Federal.
Vamos propor um Conselho Superior para as Polícias, para que não prospere o
Estado Policialesco e as ações dos maus policiais tenha controle externo.”
A anistia ao caixa 2 e o limite ao mandato de ministros do
Supremo foram discutidas na reforma política, que tramitou no Congresso
Nacional, no ano passado, mas repercutiram mal e não avançaram. O ministro
ainda propõe que concessionárias públicas de TV exibam programas educativos das
9h às 11h e das 14h às 16h. “Se vencermos, será uma vitória do Brasil. Se isto
não acontecer, pelo menos teremos o orgulho de não termos participado da
eleição a passeio.”
As ideias do ministro foram publicadas num grupo de
WhatsApp de parlamentares do MDB e de Meirelles. O ministro confirmou a autoria
da mensagem, mas não detalhou as propostas. “Opinião pessoal para discussão
enviada ao grupo de deputados do MDB e ao candidato. Não me aprofundei nos
detalhes. Quero provocar a discussão de todos os itens
propostos.” Procurado, o ex-ministro da Fazenda disse que ainda não
havia lido as propostas de Marun.
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