Por: Rosália Rangel - Diario de Pernambuco
Pela primeira vez, o PSB de Pernambuco deverá perder uma
decisão nacional a ser tomada pelo conjunto do partido. Tal realidade não
acontecia desde que o ex-governador Miguel Arraes assumiu o comando do partido
há 27 anos. Os socialistas pernambucanos, mesmo com uma representatividade
forte na direção nacional, devem perder a batalha para o grupo que defende o
alinhamento da legenda com o pré-candidato do PDT, Ciro Gomes. O cenário
desenhado hoje mostra que a maioria dos diretórios estaduais tende a aprovar a
aliança com o ex-ministro.
O governador Paulo Câmara (PSB), que é vice-presidente do PSB nacional,
antecipou o anúncio do apoio ao ex-presidente Lula (PT), mesmo com as
articulações para fechar o acordo em andamento. A direção estadual também já
havia se posicionado a favor do petista. Nos bastidores, no entanto, os
socialistas ponderam que a neutralidade seria a melhor opção para o partido,
tese que deve ser rejeitada no Congresso Nacional do PSB marcado para o próximo
domingo.
O encontro será realizado no Hotel Nacional, em Brasília, das 9h às 17h. A
reunião será no mesmo dia da convenção estadual do PSB, que irá homologar o
nome de Paulo Câmara como candidato à reeleição pela Frente Popular de
Pernambuco. Mesmo assim, a assessoria do líder socialista confirmou a presença
dele no evento nacional do partido.
Mesmo tendo a maioria dos diretórios a favor de Ciro Gomes, o PDT não está
insatisfeito com a demora do partido para definir o caminho que irá seguir.
Para forçar um posicionamento formal, os pedetistas aderiram, na última
quinta-feira, ao palanque do governador Márcio França (PSB). Segundo uma fonte,
o nome do ex-ministro também conta com a aprovação de Carlos Siqueira, que não
aceita a neutralidade do partido em uma eleição que, na avaliação dele, vai
ocorrer no momento em que o Brasil enfrenta uma crise política-econômica
bastante grave.
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