A candidata à Presidência da República Marina Silva (Rede)
atacou o concorrente Jair Bolsonaro (PSL) nesta sexta-feira (17) dizendo que
ele acredita poder resolver os problemas do Brasil, como a desigualdade
salarial entre gêneros e a segurança pública, "no grito e na
violência".
"Você acha que pode resolver tudo no grito, na
violência", retrucou Marina ao receber o direito da tréplica. "Nós
somos mães, nós educamos os nossos filhos. A coisa que uma mãe mais quer é ver
um filho sendo educado para ser um cidadão de bem. E você fica ensinando para
os nossos jovens que têm de resolver as coisas na base do grito, Bolsonaro.
Você é um deputado, você é pai de família. Você um dia desses pegou a mãozinha
de uma criança e ensinou como é que se faz para atirar", afirmou.
O embate entre os postulantes ao Palácio do Planalto
aconteceu em debate promovido pela RedeTV! em parceria com a revista IstoÉ
nesta noite. No momento, os candidatos tinham de escolher um adversário e fazer
uma pergunta. Bolsonaro optou por questionar Marina Silva e saber sua opinião
sobre a facilitação para a posse de armas de fogo, a qual defende para
"cidadãos de bem".
A candidata disse discordar da flexibilização e, então,
aproveitou para criticar a postura de Bolsonaro em relação ao combate à
desigualdade entre homens e mulheres no mercado de trabalho. O tema havia sido
discutido mais cedo entre Bolsonaro e Henrique Meirelles (MDB). Na ocasião, o
candidato do PSL disse querer "o bem das mulheres", mas ser
necessário somente cumprir a legislação. Ele também havia pedido que não fosse
usada "essa demagogia" para dividir a população.
"Não [defendo a posse de armas de fogo para a
população em geral]", iniciou Marina em sua resposta. "Antes eu
queria te dizer uma coisa, Bolsonaro. [...] Só uma pessoa que não sabe o que
significa uma mulher ganhar um salário menor do que um homem e ter as mesmas
capacidades, a mesma competência e ser a primeira a ser demitida. A última a
ser promovida. [...] Tem de se preocupar sim, porque, quando se é presidente da
República, tem de se fazer cumprir o artigo quinto da Constituição Federal que
diz que nenhuma mulher deve ser descriminada. Não fazer vista grossa dizendo
que não precisa se preocupar. Precisa se preocupar sim. Um presidente da
República está lá para combater a injustiça", afirmou a candidata da Rede.
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