A reemergência de outras doenças neste ano no Brasil, como
a febre amarela e o sarampo, pode ter feito o brasileiro esquecer os perigos do
vírus Influenza, principalmente no público-alvo: gestantes , idosos e crianças
até 5 anos. Muita gente confunde a Influenza com uma gripe qualquer, mas ela
pode até mesmo levar à morte. A vacinação é uma forma de prevenir, mas é
preciso recurso mais imediato no manejo de pacientes mais graves, por meio do
uso de medicamentos.
Uma nova droga antiviral, já aprovada no Japão, está
prestes a ser liberada nos Estados Unidos: o Baloxavir marboxil, segundo a
coordenadora da Comissão Científica de Influenza e Virologia Clínica da
Sociedade Brasileira de Infectologia, Nancy Bellei, que chega ao Recife nesta
quarta-feira (5), para participar do Congresso Medtrop. O objetivo do
laboratório Genetech (ROCHE) é obter a aprovação da Food and Drug
Administration (FDA) nos EUA ainda este ano e começar a vender, já em 2019, o
medicamento, que promete a cura em uma única dose.
No Brasil, desde 2000, está liberado para o tratamento da
Influenza A apenas o antiviral Tamiflu ® (Ostamivir), com seu custo-benefício
questionado anos atrás em casos ambulatoriais. Para mostrar a ação eficaz deste
medicamento em grupos de risco, Nancy Bellei apresentará no Medtrop pesquisa de
intervenção precoce da droga no cuidado hospitalar.
“Posso dizer que minha própria experiência, com casos
crônicos de H1N1 e H3N2 hospitalizados, comprovaram que o uso do Tamiflu nestes
pacientes graves é a única opção terapêutica. Além disso, a introdução do
remédio, logo que identificados os sintomas, reduz ainda o tempo de internação
e o período em UTI”, explica Nancy.
Além dos dados de Nancy, existem outros estudos
observacionais, pós-pandemia de 2009, feitos com grupos de pesquisadores de
diversos países e com mais de 20 mil pacientes. Segundo ela há evidências de
que os pacientes tiveram boa recuperação, consequentemente, a taxa de
mortalidade foi reduzida ao introduzir precocemente o remédio em grupos de
risco que apresentaram os sintomas.
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