O decano do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro
Celso de Mello, em carta enviada aos jornais Folha de S.Paulo e O
Globo, considerou "inconsequente e golpista" a declaração do deputado
Eduardo Bolsonaro (PSL).
Eduardo Bolsonaro (PSL), filho do candidato à Presidência
Jair Bolsonaro (PSL) e parlamentar que teve o maior número de votos na eleição
do último dia 7, disse que "para fechar o STF basta um cabo e um
soldado".
Em tom de ameaça, durante uma palestra em um cursinho no
Paraná, antes do primeiro turno das eleições, o deputado dissse que "se o
STF impugnar a candidatura do pai “terá que pagar para ver o que acontece. Será
que eles vão ter essa força mesmo?" O vídeo, que teria sido gravado no
último dia 10 de julho numa palestra, circula nas redes sociais.
Veja a íntegra da carta enviada por Celso de Mello à Folha
de S.Paulo e ao Globo
“Essa
declaração, além de inconsequente e golpista, mostra bem o tipo (irresponsável)
de parlamentar cuja atuação no Congresso Nacional, mantida essa inaceitável
visão autoritária, só comprometerá a integridade da ordem democrática e o
respeito indeclinável que se deve ter pela supremacia da Constituição da
República!!!! Votações expressivas do eleitorado não legitimam investidas
contra a ordem político-jurídica fundada no texto da Constituição! Sem que se
respeitem a Constituição e as leis da República, a liberdade e os direitos
básicos do cidadão restarão atingidos em sua essência pela opressão do arbítrio
daqueles que insistem em transgredir os signos que consagram, em nosso sistema
político, os princípios inerentes ao Estado democrático de Direito”.
Além de Celso de Mello e Rosa Weber - que se manifestou
neste domingo (21) -, o ministro Luís Roberto Barroso se posicionou sobre o
caso. Barroso pediu cautela e disse que o presidente do Supremo, Dias Toffoli,
que deveria se posicionar, de maneira única e oficial.
"O presidente [do STF] estava fora e volta hoje. Acho que é ele quem deve se pronunciar em nome do tribunal. Na sua ausência, o decano já se manifestou. Acho que nesse momento complexo da vida brasileira, devemos falar uma só voz. Tenho tido a mesma atitude no TSE, para que só o presidente fale em nome de todos", disse Barroso à Folha de S. Paulo, nesta segunda-feira (22). Por Estado de Minas.
"O presidente [do STF] estava fora e volta hoje. Acho que é ele quem deve se pronunciar em nome do tribunal. Na sua ausência, o decano já se manifestou. Acho que nesse momento complexo da vida brasileira, devemos falar uma só voz. Tenho tido a mesma atitude no TSE, para que só o presidente fale em nome de todos", disse Barroso à Folha de S. Paulo, nesta segunda-feira (22). Por Estado de Minas.
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