Após cinco procedimentos cirúrgicos e uma angústia familiar
que se arrastou por oito meses, as gêmeas siamesas Maria Ysabelle e Maria
Isadora foram separadas no HC (Hospital das Clínicas) de Ribeirão Preto (a 313
km de São Paulo) às 21h do último sábado (27). A cirurgiadurou cerca de 20
horas.
As meninas de 2 anos e 3 meses, que nasceram unidas pela
cabeça, passaram por um dos mais complexos procedimentos médicos já
realizados no país e que envolve reforço do neurocirurgião norte-americano
James Goodrich, do Montefiore Medical Center, de Nova York -considerado um dos
maiores especialistas do mundo no assunto.
A separação ocorreu às 21h09, depois de 14 horas de
cirurgia. A equipe, comandada pelo médico Hélio Machado e
por Goodrich, comemorou: "Está separado! Estão
separadas!".
O aviso foi dado pelos neurocirurgiões pediátricos Ricardo
de Oliveira e Marcelo Volpon, que estavam há horas trabalhando para romper
a ultima barreira que ligava o cérebro das duas meninas. A equipe vibrou por alguns
segundos e, logo em seguida, colocaram as crianças em mesas
cirúrgicas diferentes, para a reconstrução dos crânios.
Cerca de 40 pessoas entre neurocirurgiões, cirurgiões
plásticos, anestesiologistas, intensivistas, pediatras,
enfermeiros, médicos residentes e tecnólogos estão envolvidos na
operação.
O caso é único na história da medicina brasileira. A
família das gêmeas, que é de Patacas, distrito de Aquiraz (CE), está em
Ribeirão Preto desde fevereiro, mês em que ocorreu a primeira cirurgia. A mudança
ocorreu para dar mais conforto a todos e evitar deslocamentos aéreos.
O procedimento deste sábado consistiu na separação
total do crânio e das estruturas do cérebro das gêmeas. A primeira
cirurgia foi realizada em 17 de fevereiro e, assim como a segunda, feita
três meses depois, foi bem-sucedida. (Tnh1.com)
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