No documento apresentado nesta quarta-feira, 31, à Justiça
Federal, o petista alega ser inocente e vítima de perseguição política
Na defesa final de Luiz Inácio Lula da Silva no segundo
processo em que será julgado por corrupção e lavagem de dinheiro na Operação
Lava Jato, a defesa do ex-presidente usa as negociações do juiz federal Sérgio
Moro para apontar a perda da "imparcialidade" do magistrado. No
documento apresentado nesta quarta-feira, 31, à Justiça Federal, o petista
alega ser inocente e vítima de perseguição política.
Sérgio Moro aceitou nesta quinta-feira, dia 1º, o convite
do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) para comandar o superministério da
Justiça. O documento foi apresentado antes da decisão do magistrado.
Preso e condenado a 12 anos e um mês de prisão no caso
triplex, Lula será julgado por receber propina de cerca de R$ 12 milhões da
Odebrecht, na compra de um terreno pela empreiteira para o Instituto Lula e de
um apartamento usado pelo ex-presidente em São Bernardo do Campo (SP).
"Vítima de lawfare"
"Em alegações finais apresentadas hoje (31/10/2018)
reforçamos que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é vítima de lawfare -
que consiste no abuso e mau uso das leis e dos procedimentos jurídicos para
fins de perseguição política - e que não cometeu os ilícitos que lhe foram
atribuídos pelo Ministério Público Federal", informa nota divulgada pelo
advogado Cristiano Zanin Martins, que defende o ex-presidente.
Na nota, a defesa diz que a "prática de atos por este
Juízo (Moro), antes e após o oferecimento da denúncia, que indicam a
impossibilidade de o defendente obter julgamento justo, imparcial e
independente".
"Participação atual do magistrado em processo de
formação do governo do Presidente eleito a partir de sufrágio que impediu a
participação do Defendente - até então líder nas pesquisas de opinião - a
partir de atos concatenados praticados ou com origem em ações praticadas pelo
mesmo juiz; aceite do juiz, por meio de nota oficial, para discutir participação
em governo do Presidente eleito que afirmou que iria 'fuzilar petralhada', que
o Defendente deve 'apodrecer na cadeia' e que seus aliados têm a opção de
'deixar o País ou cadeia'."
Para a defesa, os fatos reforçam a prática do
"lawfare" e a "ausência de imparcialidade do julgador". No
documento, Lula pede a nulidade do processo, aponta a "ausência de prova
de culpa" e a "presença inequívoca de prova de inocência". (JC Online)
Nenhum comentário:
Postar um comentário