Estadão Conteúdo
Após 10 dias de ataques criminosos a prédios, viadutos e
ônibus em Fortaleza e no interior do Ceará, o governador Camilo Santana (PT)
anunciou no fim da tarde desta sexta-feira (11) uma série de medidas para
reforçar a segurança no Estado. Algumas propostas demandam a aprovação da
Assembleia Legislativa do Ceará, que deve se reunir em sessão extraordinária
neste sábado (12) para analisar as solicitações.
Entre as medidas, anunciadas em vídeo pelo governador,
estão: a convocação de policiais militares na reserva; aumento na quantidade de
horas extras que podem ser pagas a policiais civis e militares, além dos
bombeiros; criação da lei da recompensa, que prevê pagamento em dinheiro pelo
Estado por informações da população que resultem na prevenção de atos
criminosos e prisões; e convocação imediata de mais 220 agentes penitenciários
para atuar no sistema. Outros 220 já haviam sido chamados na semana passada.
"Repito que estas medidas, além de todas que já
tomamos, têm o objetivo de fortalecer o esquema de segurança do nosso Estado no
duro combate ao crime organizado que atua nas ruas e no sistema penitenciário.
Não aceitamos que aqui no Ceará criminosos presos continuem dando ordem de
comando de dentro das prisões, como acontece há décadas em todo o Brasil",
afirma Santana no vídeo.
Ainda segundo o governador, os poderes legislativo e
judiciário, além do Ministério Público e entidades civis estão "todos
unidos" no combate à série de ataques que tiveram início no dia 2 de
janeiro. "Assim como estamos unidos ao governo federal, através dos
Ministérios da Defesa e da Justiça e Segurança Pública para enfrentar o crime
que tenta se impor contra o nosso Estado e contra o País. Não há recuo. O
Estado é mais forte", diz o governador.
Transferências
O Ministério da Justiça e Segurança Pública divulgou, nesta
sexta-feira que 15 presos do Ceará foram transferidos para o presídio federal
de Mossoró, interior do Rio Grande do Norte. A inclusão foi finalizada às 6h30
desta sexta. Uma escolta conjunta da Polícia Rodoviária Federal (PRF),
Departamento Penitenciário Nacional (Depen) e do Governo do Ceará foi
organizada para a ação. No total, 35 presos foram transferidos.
Até essa quinta-feira (10) foram registrados 180 ataques em
Fortaleza e no interior do Estado. Assustada, a população teme que os atentados
continuem. As ocorrências comprometem serviços essenciais, como a coleta de
lixo, e têm impacto no transporte público. Desde o início dos ataques, os
ônibus têm circulado sob escolta em Fortaleza. Em bairros de periferia,
criminosos impõem toque de recolher e quebram lâmpadas na via pública para
ocultar os ataques.
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