Considerado um tumor raro em países desenvolvidos, o câncer
de colo de útero é uma realidade frequente no Brasil. Apesar de ser evitável, a
doença ocupa o terceiro lugar na lista dos cânceres mais comuns entre mulheres
no País, atrás apenas dos tumores malignos da mama e do intestino. No Nordeste,
a situação é ainda mais alarmante: o câncer de colo de útero é o segundo tipo
de câncer mais frequente entre a população feminina. Em apoio à campanha
Janeiro Verde, o Hospital de Câncer de Pernambuco (HCP) reforça a importância
da vacinação contra o Papiloma Vírus Humano (HPV), principal causa do câncer de
colo de útero, e da realização anual do exame preventivo, necessário para o
diagnóstico precoce da doença, que não costuma apresentar sintomas nas fases
iniciais.
De acordo com o cirurgião oncológico do HCP, Vandré Carneiro, o HPV é
responsável pelo desenvolvimento de quase todos os tumores malignos do câncer
de colo de útero. A infecção por esse vírus ocorre principalmente por meio das
relações sexuais, mesmo as que são feitas com uso de preservativo. “A vacina
contra o HPV é o método mais eficaz de evitar o aparecimento do câncer de colo
de útero, uma vez que ela previne a infecção. Provavelmente, isso irá mudar a
história natural da doença nas próximas gerações”, explica. Em geral, a doença
é mais comum em mulheres que iniciaram a vida sexual cedo e que tiveram
múltiplos parceiros. O tabagismo também é um fator de risco.
A segunda forma de evitar o surgimento do câncer é o exame preventivo – chamado
de citologia ou, mais comumente, de Papanicolau. Por meio dele, é possível
diagnosticar e tratar lesões pré-malignas em mulheres infectadas pelo HPV,
evitando que elas evoluam para um tumor maligno. Vale ressaltar que o
tratamento não elimina o vírus do organismo e que, por isso, mulheres que já
apresentaram lesões devem realizar um acompanhamento médico mais rigoroso. “Na
imensa maioria das vezes, mesmo quando há a presença do HPV, a mulher não terá
um câncer, principalmente se ela for submetida a exames de rastreio de forma
eficaz”, ressalta Vandré. A recomendação mais comum é que o preventivo seja
realizado após a primeira relação sexual ou a partir dos 21 anos.
O exame preventivo também é importante para diagnosticar o câncer de colo de
útero em fase inicial. Nesse caso, quando for identificada uma lesão suspeita,
a paciente será submetida a outros exames e procedimentos, como a colposcopia e
a biópsia, e, se necessário, à cirurgia. “O câncer de colo de útero é curável,
especialmente se diagnosticado na fase inicial, quando as taxas de cura podem
ultrapassar 90%”, destaca o cirurgião. Mesmo em casos mais avançados, que
necessitam de radioterapia e quimioterapia, as chances de cura podem chegar a
80%. A informação é do Diário de Pernambuco.
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