Estadão Conteúdo
O Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) aprovou
na quinta-feira (21) resolução que proíbe registro a alunos egressos de
graduações com mais de 20% das aulas a distância. No País, 13 universidades têm
aval para oferecer curso online, mas só três já têm turmas iniciadas, segundo
informações do Ministério da Educação (MEC).
Sem registro do conselho, o formado fica impedido de
exercer a profissão. A resolução deve ser publicada no Diário Oficial da União
nos próximos dias. Por ano, são entregues cerca de 8,5 mil registros a novos
profissionais.
Presidente do CFMV, Francisco Cavalcanti de Almeida diz que
o curso demanda várias atividades práticas e de campo, como cirurgia e análise
laboratorial, entre outras operacionais e de manejo técnico, cuja aprendizagem
se dá presencialmente. Além disso, afirma, o aluno recebe treinamento para
identificar queixas de pacientes que não se comunicam verbalmente.
Responsabilização ético-disciplinar
Ainda de acordo com a nova regra, veterinários que
lecionarem e contribuírem para a oferta de cursos a distância estarão sujeitos
à responsabilização ético-disciplinar.
A Universidade Brasil é uma das que oferecem o curso
semipresencial em Capanema e Tucuruí, no Pará, com dois encontros presenciais
por semana. O curso da instituição custa R$ 1.398 mensais, com duração de cinco
anos.
Em nota, a Universidade Brasil informou que a resolução é
arbitrária. "Estamos caminhando para uma educação semipresencial no mundo
e qualquer curso é perfeitamente possível trabalhar nesse modelo. Isso é
comprovado pedagogicamente e academicamente".
Procurado, o MEC não se manifestou até as 20 horas dessa
sexta-feira (22). A decisão do Conselho de Veterinária tem sido a saída de
outras entidades de classe, principalmente da área da saúde, contra o aumento
de cursos a distância. Em janeiro, o Conselho Federal de Odontologia vetou a
inscrição e o registro de egressos de cursos 100% a distância. Este mês, o
Conselho Federal de Farmácia proibiu registros para os cursos online.
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