Temida pela população devido à alta letalidade, a meningite
mata um a cada cinco que desenvolvem a doença. Apesar disso, a adesão às
vacinas disponibilizadas gratuitamente na rede pública de saúde é abaixo da
esperada pelo Ministério da Saúde e pela Sociedade Brasileira de Imunizações
(SBIm). Para alertar sobre a importância da prevenção da meningite, foi
pré-lançada, nesta quarta-feira (17), a campanha nacional "Meningite: a
Informação Vencendo o Medo", em alusão ao Dia Mundial de Combate à
Meningite, lembrado anualmente em 24 de abril.
Em Pernambuco, a taxa de abandono da vacina meningocócica C
- oferecida na rede pública - é de 5 a 10%, acima do índice ideal, que é de 5%
ou menos. "Só temos vacinação adequada se tivermos esquemas
completos", enfatiza a coordenadora do Programa Nacional de Imunizações
(PNI), Carla Domingues. Atualmente, o PNI oferece nas unidades públicas de
saúde a vacina contra a meningite C, a que tem maior incidência no país. Estão
disponíveis ainda as imunizações Hib e VPC10, que protegem contra Haemophilus influenza
b e a menigite neumocócica. As vacinas meningocócicas B e ACWY, por outro lado,
são oferecidas apenas na rede particular.
Quando a vacina meningocócica C passou a ser oferecida
gratuitamente para menores de 5 anos no Brasil, em 2010, essa variação da
doença respondia por mais de 80% dos casos no país. Desde então, o número de
casos de meningite meningocócica em menores de 2 anos caiu 70%, e a
participação do tipo C no total de casos de doença meningocócica passou a ser
de 59% — a grande maioria em pessoas acima de 5 anos. Por isso, o Ministério da
Saúde decidiu estender a vacinação para adolescentes de 11 a 14 anos.
Com a redução do tipo C, o tipo B passou,
proporcionalmente, a prevalecer em algumas faixas etárias nas quais era o
segundo mais frequente. Entre menores de 5 anos, por exemplo, esse tipo já é
responsável por 60% dos casos. Outra meningite bacteriana frequente no Brasil é
a neumocócica. Existem mais de 90 sorotipos de pneumococos, mas as vacinas são
capazes de prevenir os responsáveis pela maioria dos casos de doença
pneumocócica grave, incluindo a meningite. "Não temos disponibilidade de
todas as vacinas para todos, então começamos o programa garantindo-a para o
grupo que mais precisa e que tem impacto imediato. Depois, negociamos a
ampliação do programa de vacinação", explica Domingues. Por: Anamaria Nascimento/Diario de Pernambuco
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