A partir deste ano, os agentes de endemias dos municípios
pernambucanos, responsáveis pelas visitas domiciliares para detecção,
tratamento e eliminação dos focos do mosquito Aedes aegypti, ganham um novo
aliado para a rotina de trabalho. Trata-se do aplicativo e-visit@PE,
desenvolvido e cedido a Secretaria Estadual de Pernambuco (SES-PE) pela
Secretaria Estadual do Mato Grosso do Sul. A tecnologia permitirá o envio das
informações das visitas em tempo real, agilizando e otimizando a consolidação
dos dados e a tomada de decisões pelos gestores municipais e estadual.
Nesta terça-feira (07.05), às 8h, no Hotel Imperador, em
Salgueiro, a secretária executiva de Vigilância em Saúde da SES, Luciana
Albuquerque, fará a entrega dos celulares com acesso ao aplicativo para os
agentes dos sete municípios da VII Gerência Regional de Saúde (Geres), região
com o maior percentual de aumento nas notificações de dengue e chikungunya e
zika este ano. Ao todo, serão 83 aparelhos, todos com acesso à internet. No
final de abril, seis municípios do Agreste (Pesqueira, Sanharó, Alagoinha,
Ibirajuba, Poção e Jurema) também foram contemplados, com 65 celulares. A
expectativa é, até o final do ano, todos os municípios pernambucanos já estejam
utilizando a tecnologia. Por ano, mais de R$ 1,8 milhão serão investidos para
manutenção desse trabalho.
No ambiente on-line, os agentes têm as informações de toda
a sua área de atuação e poderão informar as casas visitadas e quais recusaram
ou estavam fechadas; os focos positivos para o Aedes, quantos foram tratados e
se houve a necessidade de usar larvicida; se há pessoas com suspeita de alguma
das arboviroses no domicílio, entre outros dados. “O relatório que era feito de
forma manual agora estará integralmente no ambiente on-line, com a possibilidade
da criação de gráficos e tabelas. Agora, os agentes também poderão tirar fotos
dos problemas encontrados e todos os dados poderão ser acessados em tempo real,
agilizando a tomada de ações pelo município e pelo Estado. Isso será essencial
para evitar a proliferação do mosquito e o adoecimento da população”, afirma a
gerente do Programa Estadual de Controle das Arboviroses da SES, Claudenice
Pontes.
“Em 2019, vamos investir em torno de R$ 8 milhões nas ações
contra o Aedes aegypti, dobrando o valor utilizado em 2019. Além do aplicativo,
estamos focando na capacitação dos agentes de endemias e gestores municipais e
também na atualização dos profissionais de saúde que atuam no atendimento à
população. Precisamos, ainda, sensibilizar a população em geral para que todos
fiquem atentos para descartar os possíveis focos do mosquito, evitando a sua
proliferação. Juntos, podemos evitar epidemias como ocorreram em 2015 e 2016”,
reforça o secretário estadual de Saúde, André Longo.
CASOS – Até 27 de abril, os sete municípios da VII
Geres notificaram 1.760 suspeitas de dengue (44 no mesmo período de 2018 / +
3.900%), 182 de chukungunya (34 em 2018 / + 435%) e 39 de zika (6 em 2018 / 550%).
Desde o início do ano, o Estado tem monitorado a situação, dando assessoria
técnica aos gestores municipais e fazendo, nas localidades com
necessidade, pulverização em UBV leve e/ou pesado, que é a
aplicação de inseticida para eliminar o inseto vetor. Na VII Geres, esse
trabalho de pulverização foi feito em Salgueiro e Terra Nova.
Em todo o Estado, foram notificados 10.612 casos de dengue
(8.845 em 2018 / + 20%), 1.687 de chikungunya (1.245 em 2018 / + 35,5%) e 728
de zika (319 em 2018 / + 128%). “O Estado não está em epidemia, mas temos
algumas localidades em situação epidêmica. Isso acontece principalmente no
Sertão, que não foi tão atingido nas epidemias passadas e, por isso, tem uma
população mais suscetível. Estamos realizando todas as ações necessárias para
dar suporte aos municípios nesse combate e reforçamos a necessidade do apoio da
população. Precisamos também relembrar as ações individuais para evitar o
adoecimento, com o uso do repelente adequado e roupas, principalmente para as
crianças, gestantes e idosos, públicos mais vulneráveis”, destaca Claudenice
Pontes.
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