Pernambuco registrou, de acordo com o levantamento do CFM, em uma década 56,3 mil internações, o que significa uma média anual de 5,6 mil internados por acidentes de trânsito. Em decorrência direta disso, contabilizando somente o gasto federal, foram gastos quase R$ 65 milhões de reais. É o 10º estado que mais interna e o 11º que mais gasta com o problema. “Os acidentes de trânsito representam um dos principais problemas de saúde pública do país. São a segunda causa de morte não natural, só perdem para homicídios. Estamos perdendo vidas no asfalto”, explicou o diretor da Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet) e membro da câmara técnica de medicina do Tráfego do CFM, Antônio Meira.
Seis em cada 10 vitimados graves do trânsito são pessoas 15 e 39 anos. A maioria, oito em cada dez, homens. “Não há como quantificar essas perdas, pois é uma faixa etária muito produtiva. A maioria dessas tragédias tem causas conhecidas e passíveis de prevenção, como o respeito às leis do trânsito. Se a gente tivesse investimentos maiores na prevenção, seria inclusive mais barato para o Estado. Uma vítima de trânsito é onerosa, pois sofre vários traumas e precisa de cirurgias de grande porte”, lembrou Antônio Meira.
Em Pernambuco de acordo com o CFM, entre 2008 e 2016, foram quase 17 mil mortes no trânsito. Cerca de seis mortes por dia, 2 mil por ano. Para o sociólogo consultor em segurança no trânsito Eduardo Biavati, os números podem ser ainda maiores. “O país ainda tem uma ineficiência em registrar e identificar os feridos e sobreviventes. Se o paciente não vai a óbito no local e fica internado, ele pode ter outras complicações de saúde e a morte não é informada como causada pelo acidente”, disse. Para ele, essa é uma das maiores tragédias humanitárias do século 21, com a diferença de que é um problema criado pela sociedade. “Houve avanços, a legislação que envolve álcool e trânsito, por exemplo, melhorou. Temos conseguido pensa com vários órgãos públicos conjuntamente no problema. Mas não é suficiente”, diz.
Nenhum comentário:
Postar um comentário