Da Editoria de Política
Após uma hora de audiência realizada para esclarecer os vazamentos
de conversas entre o então juiz Sergio Moro e procuradores da Operação Lava
Jato, o senador Humberto Costa (PT-PE) questionou o ministro da Justiça e
Segurança Pública sobre a entrega do celular do procurador Deltan Dallagnol
para contribuir com as investigações da Polícia Federal (PF). Em seguida, o
petista sugere que o magistrado peça desculpas ao Brasil pela situação causada.
"Esse Dallagnol está lhe prejudicando. Vossa
excelência vai pedir para Dallagnol entregar o celular para a PF? O senhor
deveria pedir desculpas ao Brasil", disse o pernambucano.
No seu momento de fala, Humberto afirma ainda que o
jornalista Glenn Greenwald está sendo ameaçado, e pergunta se Moro, como
ministro da Justiça, já determinou proteção ao fundador do 'The Intercept'.
Como resposta, Sergio Moro disse estar tranquilo "em
relação às condutas que realizei como juiz em relação à Lava Jato" e que
"ficou esperando "as revelações bombásticas do jornalista, que o
senhor reputa de renome. Não posso afirmar a autenticidade das mensagens, mais
uma vez, porque não tenho as mensagens", afirmou o ministro.
Sobre o jornalista que está sendo ameaçado após as
divulgações das conversas, Moro afirmou que as providências foram tomadas
imediatamente.
Estranheza
No início da audiência, o ministro Sergio Moro afirmou que
algumas partes das conversas vazadas lhe causam 'estranheza' por não lembrar
ter dito o que foi apresentado no vazamento, pelo site The Intercept nos
últimos dias. Segundo o ex-juiz, as mensagens poderiam ter sido
"parcialmente adulteradas".
"Eu saí do Telegram e não tenho essas mensagens para
afirmar se são autênticas ou não. Tem algumas coisas que eventualmente posso
ter dito. E algumas que me causam estranheza. Mas vejo que podem ser
parcialmente adulteradas. Por isso, desde o início sempre nos referimos como
supostas mensagens, pois não tenho como verificar a legitimidade de material",
afirma Moro.
Em sua explicação, Moro destacou que a clonagem de seu
celular para explicar o vazamento das informações. "Eu não uso o Telegram
desde 2017. Em princípio o conteúdo do meu celular não foi acessado, pelo menos
não temos evidências até este momento. Entreguei o celular à PF e aparentemente
este grupo criminoso tem este método de clonar aparelhos e entrar em
aplicativos como o Telegram", acrescentou. (Jc Online)
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