A credibilidade do ex-juiz Sergio Moro junto à opinião
pública do país sofre abalos cada vez mais contundentes. Nesta sexta-feira (5),
o atual ministro da Justiça e Segurança Pública sofreu novo e duro golpe, com a
publicação da revista Veja, em parceria com o site The Intercept Brasil,
revelando mais detalhes dos diálogos comprometedores de Moro com o procurador
Deltan Dallagnol. A publicação mostra em detalhes a postura ilegal do então
magistrado titular da 13ª Vara Federal de Curitiba, ao se comportar mais como
chefe do Ministério Público Federal do que como juiz. “Imagina se ele tivesse
mantido esses diálogos com o advogado de um dos envolvidos. O que se diria? Ele
estaria excomungado, execrado”, diz o ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo
Tribunal Federal, em entrevista à RBA.
Para o ministro, o comportamento de Moro “é péssimo para a
magistratura nacional, porque a fragiliza”. Com a ironia habitual, Marco
Aurélio comenta que as revelações dos diálogos de Moro provocam “uma decepção
enorme, já que ele era o grande juiz no Brasil, aclamado por todos”.
A cada nova rodada de revelações, diminuem rapidamente as
pretensões de Moro de ocupar uma cadeira no STF a partir de novembro de 2020,
quando o decano Celso de Mello completará 75 anos e deixará a corte. Em julho
de 2021, será a vez do próprio Marco Aurélio se aposentar e abrir outra vaga.
“Que não seja a minha (risos). Você, presidente da
República, o indicaria a uma cadeira no Supremo? Eu não indicaria”, responde
Marco Aurélio, sobre as chances de Moro ser indicado pelo presidente Jair
Bolsonaro e emplacar como ministro da mais alta corte do país. Ele também diz
ter “pena” de Moro, pelo fato de Bolsonaro tê-lo colocado “numa sabatina até a
abertura da próxima vaga em 2020”.
Em maio, Bolsonaro prometeu que indicaria Moro assim que
possível. “A primeira vaga que tiver, eu tenho esse compromisso com o Moro e,
se Deus quiser, cumpriremos esse compromisso”, disse na ocasião.
Sobre a possibilidade de os julgamentos da Lava Jato
relacionados aos diálogos revelados serem anulados por suspeição de Moro, Marco
Aurélio também usa ironia. “Eu não posso imaginar qual será o enfoque dos
colegas (da Segunda Turma), a menos que pudesse colocá-los em um divã.” (Por Rede Brasil Atual)
Nenhum comentário:
Postar um comentário