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domingo, 18 de agosto de 2019

Festival de Cinema de Gramado tem protesto contra Bolsonaro


A 47ª edição do Festival de Cinema de Gramado (RS) foi marcada no sábado (17) por protestos contra o presidente Jair Bolsonaro (PSL) e homenagens à ativista Marielle Franco. Da plateia, vinham gritos de “viva o cinema brasileiro!” e “fora, Bolsonaro!”. A atriz Sonia Braga prestou um tributo à memória de Marielle Franco.

A reação do público já era esperada, não só pela escolha de Bacurau para abrir a edição deste ano mas, também, devido às recentes declarações do presidente Jair Bolsonaro acerca de mudanças na Ancine, com a criação de um filtro que seria aplicado aos filmes que tentassem obter financiamento público.

O sucesso Bruna Surfistinha, visto por 2,1 milhões de espectadores, foi citado como exemplo de filme cuja aprovação “seria inadmissível”, o que gerou resposta da protagonista do longa-metragem, Deborah Secco.

No palco para apresentar Bacurau em sua primeira exibição pública em solo brasileiro, o diretor Kleber Mendonça Filho convocou elenco e equipe técnica do filme a se identificarem, pedindo respeito. “Bacurau é um projeto que venho desenvolvendo com meu grande amigo Juliano Dornelles e com minha grande companheira Emilie Lesclaux nos últimos 10 anos e, durante este período, a gente foi acumulando pessoas que foram entrando direto com outros profissionais. Somos todos aqui profissionais da área da cultura e queria passar o microfone para cada um dizer o que faz no filme e seu nome, com muito orgulho, porque somos profissionais da área da cultura e exigimos respeito!”. A cada apresentação, uma nova ovação.

Logo em seguida foi exibido O Homem Cordial, o primeiro filme da mostra competitiva nacional deste ano, que também contou com protestos no palco. O mais contundente veio do ator e rapper Thaíde: “Participar de um filme como O Homem Cordial, que conta uma história tão contundente e original, verdadeira, atual como este, é também uma questão de responsabilidade. E um recado direto para aqueles que querem podar, que querem inibir o cinema brasileiro. Enquanto existirem diretores com a coragem de Iberê Carvalho, como tantos outros diretores no Brasil, vocês estarão perdidos. Nunca se esqueçam disto!”. Com informações do Terra e G1.

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