Integrantes da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba
desconfiaram do real estado de saúde da ex-primeira-dama Marisa Letícia,
ironizaram sua morte e o luto vivido pelo ex-presidente Lula. A situação ainda
se repetiu durante as mortes de Vavá e Arthur, irmão e neto do ex-presidente,
respectivamente. A informação foi revelada através de mensagens trocadas em
chats do aplicativo Telegram e analisadas pelo UOL em parceria com o
site The Intercept Brasil.
A ex-primeira-dama sofreu um AVC hemorrágico no dia 24 de
janeiro de 2017 e foi internada no hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. O fato
se tornou assunto no chat Filhos de Januário 1, quando o chefe da Lava Jato em
Curitiba, Deltan Dallagnol, comentou: "Um amigo de um amigo de uma amiga
disse que Marisa chegou ao atendimento sem resposta, como um vegetal", a
mensagem foi respondida por Januário Paludo "Estão eliminando as
testemunhas....".
A morte encefálica de Marisa Letícia foi confirmada alguns
dias depois, em 3 de fevereiro de 2017. Um dia antes, a procuradora Laura
Tessler insinua que o ex-presidente Lula faria uso do fato em seus depoimentos:
"quem for fazer a próxima audiência do Lula, é bom que vá com uma dose
extra de paciência para a sessão de vitimização".
Quando a morte de Marisa foi confirmada oficialmente, a
notícia foi divulgada por Julio Noronha no grupo, ao que Jerusa Viecili
respondeu: "Querem que eu fique pro enterro?".
No dia seguinte, a colunista da Folha de S. Paulo,
Mônica Bergamo, publicou uma nota que tratava da tensão vivida pela
ex-primeira-dama nos seus últimos dias de vida, comentando que o agravamento na
piora do estado de saúde de Marisa teria relação com o mandado de busca e
apreensão cumprido em sua casa e de seus filhos, além da condução coercitiva de
Lula, após determinação do então juiz Sergio Moro. A notícia foi compartilhada
no grupo da força-tarefa pela procuradora Laura Tessler, que recusou
prontamente a relação dos fatos. Januario Paludo então respondeu "(...) A
propósito, sempre tive uma pulga atrás da orelha com esse aneurisma. Não me
cheirou bem. E a segunda morte em sequência". Por: Danielle Santana - Diario de Pernambuco
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