A cidade de Triunfo, no Sertão pernambucano, vai receber o
curso gratuito Exposições Acessíveis para Pessoas com Deficiência.
Oferecido com o incentivo do Funcultura, o curso é destinado a pessoas que
trabalham na área de artes visuais, como curadores, gestores de instituições
culturais, museólogos, produtores culturais, arte-educadores e técnicos das
áreas de expografia. Serão disponibilizadas 20 vagas. A intenção é capacitar os
profissionais da cultura no planejamento e na execução de exposições acessíveis
a todos os públicos. As inscrições vão até o dia 31 de agosto pelo site www.arkhecultural.com.br. As
aulas serão de 16 a 20 de setembro, na Fábrica de Criação Popular. O curso
também será oferecido no Recife, em Caruaru e em Nazaré da Mata.
O conteúdo das aulas abrange desde a legislação de
referência na área, os processos de inclusão social nos museus e instituições
culturais, os diversos tipos de acessibilidade, os dispositivos utilizados,
como aplicativos, legendas, maquetes táteis, até a mediação sociocultural das
pessoas com deficiência. As aulas serão ministradas por três formadores:
Fernanda Araújo, psicóloga, Doutora em Educação pela UFPE, com pesquisas na
área de Educação Inclusiva; Artur Mendonça, professor do Instituto de Cegos do
Recife, especialista em acessibilidade e inclusão de pessoas com deficiência; e
Everson Melquíades, pedagogo, Doutor em Educação e professor da UFPE.
De acordo com a legislação, a acessibilidade precisa ser
irrestrita. Isso quer dizer que a visita acessível a uma exposição não pode ser
limitada a dias ou horários específicos, restritos. “Se você vai a uma peça de
teatro, por exemplo, o ideal é que todas as sessões sejam acessíveis”, explica
Artur Mendonça. Para o professor, na área de artes visuais, um dos exemplos
positivos recentes é a Fenearte, realizada no último mês de julho. Além de
conscientizar os profissionais da cultura sobre a acessibilidade plena, o
professor explica que é preciso desmistificar as supostas dificuldades para
possibilitar a acessibilidade, relacionadas, principalmente, aos custos
financeiros. “O preço da exclusão é muito maior. A tecnologia facilitou
bastante a vida das pessoas com deficiência, hoje temos muitos recursos
disponíveis, mas é preciso que o produtor cultural esteja disposto a pensar
nisso desde a concepção do projeto da exposição”, defende.
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