O líder do PT também criticou a perseguição da direção do
Ipea aos pesquisadores que divulgaram pesquisas falando sobre os riscos da
aprovação da PEC 241 (Foto: Alessandro Dantas/Liderança PT no Senado)
Mais uma pesquisa do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica
Aplicada) revela novas projeções negativas sobre a possível aprovação da PEC
241. Segundo o levantamento "O Novo Regime Fiscal e suas Implicações para
a Política de Assistência Social no Brasil", projetos como o Bolsa Família
e o Programa de Segurança Alimentar, que garante a aquisição de alimentos, a
construção de cisternas e a inclusão produtiva, devem ter perdas enormes e
podem até ser extintos.
Segundo o líder do PT no Senado, Humberto Costa, a população é quem mais
sofrerá com aprovação da PEC. “A área de assistência social terá uma perda
gigantesca. Estão apostando em um modelo ultrapassado que amplia as
desigualdades e penaliza os mais pobres. Com a aprovação da Proposta de Emenda
à Constituição, até mesmo o Bolsa Família corre o risco de extinção, um projeto
reconhecido pela ONU como um exemplo para o combate e a erradicação de pobreza
para todo o mundo”, destacou Humberto.
Segundo o levantamento do Ipea, a política de assistência social consumiu, em
2015, 26% do PIB. Mas essa fatia pode ser reduzida para apenas 0,7% do PIB até
o fim dos próximos 20 anos. Outra questão apontada pelo estudo é que,
diferentemente da saúde e da educação, as áreas da assistência social e
previdência não teriam nem um mínimo de repasses garantido pela PEC.
“Toda a assistência social corre um risco muito grande, inclusive o próprio
BPC, que garante benefícios a deficientes e idosos com renda menor de 200
reais. Estão condenando o País a voltar a um passado de fome e miséria, a cenas
como as que a gente jamais pensou em ver de novo”, disse Humberto.
O líder do PT também criticou a perseguição da direção do Ipea aos
pesquisadores que divulgaram pesquisas falando sobre os riscos da aprovação da
PEC 241. A Associação dos Funcionários do Instituto de Pesquisa Econômica
Aplicada (Afipea), inclusive, divulgou afirmando que funcionários do instituto
foram constrangidos após a divulgação do material. Após a divulgação dos dados,
inclusive, uma pesquisadora pediu demissão.
“Nem na Ditadura Militar se viu tamanho desrespeito ao Ipea. Os órgãos de
pesquisa devem ser autônomos e independentes. Mas o que está acontecendo é a
politização do órgão. O governo Temer dar mais uma vez uma demonstração de
desrespeito à democracia e a pluralidade de opiniões”, afirmou.
Assessoria de Imprensa Senador Humberto Costa