Os municípios brasileiros têm até esta quarta-feira (30) para comprovar a execução de pelo menos 10% das obras com restos a pagar (RAPs) de 2019, para que não seja cancelado o empenho de contratos celebrados. Assim, os Entes têm até o fim de 2021 para resolver cláusulas suspensivas e evitar o cancelamento do recurso.
Os restos a pagar são despesas que foram empenhadas em um determinado ano, mas
que por um motivo ou por outro, seja pelo projeto que não teve tempo de
executar totalmente ou seja pela falta de recursos financeiros, não foi pago no
mesmo ano do empenho e então é enquadrado em uma classificação chamada restos a
pagar.
Segundo o economista especialista em orçamento público, Cesar Lima, os restos a
pagar que estão para ser cancelados são de despesas discricionárias. Emendas
parlamentares impositivas e recursos de saúde não serão cancelados. “Para que
esses recursos não sejam cancelados, os gestores têm que comprovar no mínimo
10% de execução da obra e que a mesma esteja em andamento. Não adianta falar
que no ano passado realizou 10% e não executou mais nada, ainda que tenha sido
disponibilizado recurso. Tem que comprovar um percentual mínimo de execução”,
disse.
O prefeito de Abadiânia (GO), Zé Diniz (PP), afirmou que a situação das obras
do seu município dentro deste prazo está regularizada. As dúvidas que permeiam
são em relação a duas pontes, que ainda não foi confirmado o benefício da
emenda.
“Com relação às nossas emendas que são do governo federal, mas via Agência
Goiana de Infraestrutura e Transportes (Goinfra), do governo do estado, eu
tenho muitas dúvidas se serão liberadas ou não. É uma burocracia muito grande,
a Goinfra exige uma documentação que a Caixa não exige”, afirmou. O gestor
disse ainda que deve haver uma possibilidade de prorrogação deste prazo, visto
os problemas de regularização dos demais municípios.
De acordo com o Orçamento Geral da União (OGU), em 2021, a soma de repasses
pendentes de realização ultrapassa R$ 25,4 bilhões. Desse total, os restos a
pagar total (não processados) são de R$ 25 bilhões até 2020.
Os gestores podem entrar na Plataforma
+ Brasil, onde vão saber todos os convênios firmados com recursos
empenhados e pode verificar também nesta mesma plataforma o percentual de
execução.
Confira as etapas para reclassificar empenhos:
Após solucionar cláusulas suspensivas, é necessário
solicitar o desbloqueio do empenho até 31 de dezembro de 2021.
Os empenhos com cláusulas suspensivas e bloqueadas sem
resolução terão empenhos cancelados no final deste ano.
Com o instrumento desbloqueado, o Município tem até o fim
de 2022 para cumprir os requisitos necessários do contrato para receber os
recursos, e com isso terá a liquidação e pagamento. Fonte: Brasil 61.

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