Os protestos são organizados pelo Movimento dos
Trabalhadores Sem Terra (MST), as frentes Povo sem Medo, Brasil Popular e
Coalizão Negra por Direitos, o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), a
União Nacional dos Estudantes (UNE), a Central de Movimentos Populares (CMP) e
a Uneafro Brasil. A iniciativa tem o apoio formal do PSOL, PT e PCdoB, que
devem mandar representantes às ruas.
Unidos no superpedido de impeachment protocolado na
quarta-feira, deputados e lideranças de centro e de direita, no entanto,
resistem se unir às entidades e legendas de esquerda nas manifestações de rua.
Um dos grupos que lideraram o movimento pelo impeachment
de Dilma Rousseff, o Movimento Brasil Livre (MBL) apoia o documento e pede o “Fora Bolsonaro”, mas
resiste em ir às ruas no sábado. “Neste momento temos diferenças. Os grupos vão
levar suas próprias bandeiras para a rua no sábado. Eu não defendo o Lula
Livre, pelo contrário. Se o ato for exclusivamente pelo impeachment, fica mais
fácil conversar”, afirmou Adelaide Oliveira, porta-voz do MBL.
Ex-aliada de Bolsonaro, a deputada Joice
Hasselmann (PSL-SP) está entre os signatários do superpedido, mas não
pretende ir na manifestação. “O problema é a aglomeração. Precisa esperar o
povo estar mais vacinado. Como podemos criticar o presidente por fazer
aglomeração e fazer também”.
Já o deputado federal Junior Bozzella (PSL-SP) defende que
os atos contra Bolsonaro tenham um caráter como os “caras pintadas” que pediram
o Fora Collor. “O governo entrou em um caminho sem volta. É preciso unir
forças. Estou estimulando as bases e os detentores de mandato para ir às ruas.
Não sei se vai ser possível agora, mas a ideia é irmos em bloco.”
O deputado Ivan
Valente (PSOL-SP) não descarta cenário, no segundo semestre, no qual
direita e esquerda façam atos separados, mas desaconselha essa estratégia.
“Quem não entrar na onda da saída do Bolsonaro agora vai perder espaço na rua e
eleitoralmente”, avaliou.
Redes
Os atos de maio e junho contra Bolsonaro deram fôlego aos
pedidos de impeachment nas redes sociais. O pico de menções contrárias ao
presidente ocorreu em 29 de maio, quando a oposição realizou o primeiro grande
ato desde o início da pandemia. O Instagram registrou a maior quantidade de
interações, cerca de 30 milhões. No Twitter, foram 1 milhão. Grupos públicos e
páginas oficiais do Facebook, o total de interações, considerando comentários,
compartilhamentos e reações, no dia 29, foi de 8 milhões. / Pedro Venceslau e Italo Cosme e Jullie Pereira, especiais para o Estadão.

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