Após uma nova tentativa
de negociar com o Ministério do Planejamento, a direção do IBGE divulgou um
boletim interno a seus funcionários no qual informa o cancelamento da Contagem
da População em 2016 -o que já estava previsto desde setembro do ano passado,
quando houve um corte no orçamento da instituição.
Em setembro, o IBGE
pleiteava um orçamento de R$ 776 milhões para 2014. Seu pedido foi negado pelo
ministério, que só prevê uma despesa de R$ 204 milhões -suficiente apenas para
as despesas correntes do órgão e para a realização da POF (Pesquisa de Orçamentos
Familiares), que serve para atualizar o IPCA, índice oficial de inflação, pois
mapeia o padrão de renda, despesa e consumo das famílias do país.
Com o corte, saíram do
calendário a Contagem da População e o Censo Agropecuário. O instituto estima o
custo de cerca de R$ 3 bilhões das duas pesquisas -a maior parte dos gastos
seriam em 2016. Estava prevista, porém, uma etapa de preparação para 2015.
Quando o novo ministro
Nelson Barbosa (Planejamento) assumiu, a diretoria do IBGE tentou, sem sucesso,
retomar o orçamento pleiteado no ano passado. A justificativa foi o ajuste
fiscal em curso. No ano passado, a ex-ministra Miriam Belchior dizia que não
era um bom momento incluir essas despesas em um ano eleitoral, sem assumir as
dificuldades de caixa da União.
Especialistas,
sindicalistas técnicos do IBGE enxergam na decisão do Planejamento uma forma de
desprestigiar o órgão oficial de estatística do país, que sofre com atrasos
recorrentes em seu calendário de pesquisas e com o esvaziamento de seu quadro
de funcionários.
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