Do JC Online
As chuvas da última
quinta-feira deveriam ser motivo de alívio e esperança, mas acabaram deixando
um rastro de transtornos do Litoral ao Sertão do Estado no dia de ontem.
Em Itapetim, no Sertão
do Pajeú, a antena de uma operadora de internet foi derrubada pelos fortes
ventos, causando interrupção do fornecimento de energia na cidade. Em Sertânia,
no Moxotó, a parede de um lava-jato caiu por cima de um caminhão, mas não houve
feridos. Em Afogados da Ingazeira foram registrados ventos de 100 quilômetros
por hora.
No Grande Recife, mais
transtornos. O caso mais emblemático foi o bairro de Fragoso, em Olinda.
Tradicional ponto de alagamentos, a Rua Cel João de Melo Morais teve uma
extensão de 50 metros totalmente tomada pela água. Veículos menores passavam
com dificuldade. Motos, nem pensar. Apenas ônibus e caminhões conseguiam
superar o obstáculo com relativa facilidade. Vários condutores perderam as
placas de seus automóveis ao tentarem passar pela água. Recuperadas por
moradores do local, que se aventuravam, descalços, em meio à lama, eram
vendidas aos próprios donos por R$ 20. Apenas em uma borracharia da rua havia
21 placas à espera dos donos.
Na Rua Pedro Álvares
Cabral, também em Fragoso, um trecho de 80 metros também deu trabalho aos
condutores. O local é conhecido por ter muitos buracos, e, com a chuva os
motoristas precisaram de ainda mais cuidado para passar pela área. Prestes a
sair para o trabalho, o cozinheiro Natanael Ramos encontrou tempo para uma boa
ação: atravessar moradores do local na sua Kombi. “Não dá para ninguém passar a
pé. O povo vai ficar ilhado em casa? Moro há 45 anos no bairro e isso sempre
acontece toda vez que cai uma chuvinha qualquer. Imagine uma daquelas de ontem
(quinta-feira)?”, indagou. As obras de alargamento do Canal do Fragoso foram
inicadas em 2013, como parte do projeto da Via Metropolitana Norte, com 6,1
quilômetros de extensão, entre o Terminal de Integração da PE-15 e as
proximidades da Ponte do Janga. Após três paralisações, a obra foi retomada em
setembro deste ano e deve ser concluída em 2017.
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