G1
Uma idosa deitada no
chão, ao lado de uma lixeira, com apenas uma toalha como proteção, e uma mãe em
lágrimas com o filho doente no colo compõem o cenário na recepção do Hospital
Rui de Barros Correia, em Arcoverde, no Sertão de Pernambuco. Com a unidade superlotada após um
aumento de 175% na média diária de atendimentos, os pacientes reclamam da falta
de médico. O conselho gestor do hospital atribui o aumento na demanda a uma
epidemia de dengue na região.
Conforme levantamento da
direção, a média de atendimento de 200 usuários por dia subiu para 550. Em
nota, a direção do hospital informou que "reconhece a grande demanda
na emergência da unidade, provocada, sobretudo, pela epidemia de dengue que
atinge a Região de Arcoverde, mas esclarece que mantém o atendimento a todos os
pacientes, dando prioridade aos casos mais graves". Ainda segundo a nota,
"70% dos casos que chegam ao hospital poderiam ser atendidos em unidades e
serviços de menor complexidade".
O filho da idosa que
aguardou atendimento no chão disse que a situação é frequente na unidade.
"Olha como a coitada está, não tem doutor. Olha como está a situação. É
todo dia esse problema", afirmou Antonio Carlos Nunes.
Além dela, outras
pessoas esperavam por atendimento de forma improvisada - alguns deitados em
bancos. Com a demora no atendimento, uma mãe chora com o filho no colo. De
acordo com o pai, Sebastião Ferreira, a criança está com sintomas da dengue.
"A família inteira com esse problema e infelizmente a gente não tem a quem
recorrer", disse o aposentado.
Um ofício foi enviado
pelo conselho gestor do hospital à prefeitura, pedindo apoio nos atendimentos.
"Solicitamos um apoio, para que aqui na frente do hospital, intalasse uma tenda
e viesse dar um apoio com médico, técnico e enfermeiro", afirmou Arnaldo
Tenório, presidente do conselho.
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