No Sertão pernambucano a
chuva tão esperada por muitos agricultores foi em excesso para o cultivo de
cebola de Cabrobó, município com
maior número de produtores do vegetal. Na região, o índice pluviométrico chegou
a 279 milímetros, segundo a Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac).
O agricultor Francisco
Viana é produtor de cebola há 45 anos e já conhece como realizar o plantio. Ele
tem uma área de 45 hectares onde plantou 14 kg em dezembro de 2015. Mas a
cebola que já era para estar bem desenvolvida está amarelada. O aspecto é de um
produto queimado o que pode significar prejuízo na colheita.
“Ela não tem como passar
nitrogênio para a cabeça, então a tendência é perder. Se continuar, a chuva do
jeito que está eu tenho certeza que aqui o prejuízo vai ser grande”, disse o
agricultor. E ele já calcula uma despesa de, no mínimo, R$ 200 mil. A roça de
Francisco não é a única que está alagada e que corre o risco de perder toda a
produção.
Somente no ano passado,
a área plantada de cebola no município chegou a 600 hectares, com produção de cerca
de 25 toneladas por hectare. Números que podem não se repetir este ano se
continuar chovendo forte na região. Segundo a Apac, a chuva superou 300% em
relação à média histórica do mês, que era de 78,42 mm.
O prejuízo já está sendo
percebido no mercado, pois o produto começa a diminuir nas bancas das feiras. A
tendência é aumentar o preço. “O preço aumenta porque o produtor não tem o que
fazer chovendo”, ressalta o produtor Antônio dos Santos.
O secretário de
Desenvolvimento Econômico, Ed Ramos, afirma que ainda não é possível calcular o
tamanho do prejuízo e que isso só vai ser possível no fim da safra. “A chuva
proporcionou uma dificuldade no processo de maturação da cebola e como nós
estamos também na entressafra, o preço subiu. Mas aquela cebola que não
conseguiu a maturação perfeita, ela está com um preço muito inferior”, explicou
o secretário. (G1)
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