Crianças e adolescentes dos grupos Infância Rimada, do
município de Tabira, e da Escola Municipal de Baraúnas, de São José do Egito,
apoiados pela ONG Diaconia, encontraram um meio criativo de divulgar os
conteúdos construídos nas oficinas educativas: entrar no estúdio e gravar dois
CDs de poesias. A produção aborda temas como exploração sexual, trabalho
infantil, violência doméstica, meio ambiente, acesso à água e até a caminhada
da Diaconia no rumo dos 50 anos.
Segundo o coordenador Adilson Alves, a ideia surgiu a
partir do intercâmbio promovido entre os dois projetos, que desenvolvem,
através de oficinas de música, mosaico, desenho e xilogravura, as habilidades
dos meninos e meninas a partir da cultura local. “Os grupos já têm divulgação
em literatura de cordel, mas o CD irá contribuir pra que eles cheguem ainda
mais longe, porque vai divulgar as ações nas rádios, escolas e outros espaços
que valorizam a poesia popular”, afirma.
Depois dos ensaios, os grupos estão em período de
gravação, com previsão de lançamento para o mês de dezembro. O repertório foi
composto pelos próprios poetas e poetisas, mas outros artistas locais, como
Dedé Monteiro e Zé Carlos do Pajeú, também abrilhantam com suas composições.
O projeto - Com o objetivo de contribuir para a vida
plena e a dignidade de crianças, adolescentes e jovens das periferias de zonas
urbanas e semiáridas dos estados de Pernambuco, Rio Grande Norte e Ceará, a
Diaconia desenvolve, com o apoio da Federação Luterana Mundial (FLM) e agência
Pão para o Mundo, o Projeto “Vida Plena para o Povo Nordestino”. As ações
contribuem para o enfrentamento da violência através de práticas
socioeducativas e de promoção e defesa de direitos.
No Sertão do Pajeú, 25 crianças do grupo Infância Rimada
participam de rodas de diálogos e oficinas em linguagens artísticas, além dos
estudantes da Escola Municipal no Sítio Baraúnas, que desenvolve uma
metodologia de ensino contextualizada com a região. Adolescentes e jovens
também participam de momentos de formação e preparo para o mundo do trabalho.
Escrevendo e declamando, os grupos redescobrem valores e
expressões sociais, culturais e artísticas da própria comunidade, além de terem
uma postura mais firme para enfrentarem a violência sexual, o trabalho infantil
e o assédio do tráfico e das drogas.
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