A Aeronáutica, por meio de sua assessoria de imprensa, desmentiu neste domingo, 22, um boato sobre o desastre com o avião em que viajava o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki, segundo o qual o piloto, Osmar Rodrigues, foi orientado pela torre de controle localizada no Rio de forma equivocada, de modo que a aeronave caísse, matando o ministro.
O responsável pela suposta instrução equivocada seria uma
pessoa identificada como “sargento Marcondes”, que não existe, segundo a
Aeronáutica. O “alerta”, que começa com a frase “a casa caiu!” e atribui a
informação a “uma fonte anônima da Aeronáutica”, que teria feito a comunicação
ao Estado, está sendo compartilhado indiscriminadamente nas redes sociais,
apesar do conteúdo fantasioso. O objetivo do personagem Marcondes seria
prejudicar o andamento da Operação Lava Jato, da qual Teori era relator.
“Com relação ao boato que circula nas redes sociais sobre
a influência de um tal sargento Marcondes no acidente com a aeronave que
transportava o ministro do STF Teori Zavascki e outros passageiros, no dia
19/01/2017, informamos que NÃO É VERDADE. Não existe militar com esse nome na
equipe de serviço responsável por aquela área de controle, nem havia qualquer
comunicação com o piloto da aeronave matrícula PR-SOM durante a aproximação
para o pouso em Paraty, porque o aeródromo não possui órgão de controle de
tráfego aéreo”, diz nota oficial emitida pela Aeronáutica. “Ressaltamos que
todos os procedimentos realizados pelos órgãos de controle durante o voo estiveram
de acordo com as legislações vigentes, inerentes aos serviços de controle de
tráfego aéreo”, afirma ainda a nota.
O Cockpit Voice Record (gravador de voz da cabine) do
avião já está em Brasília, no Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes
Aeronáuticos (Cenipa), para ser analisado. Lá podem estar conversas que o
piloto teve com a torre de comando do aeroporto de Congonhas, registradas
enquanto o avião estava ainda em São Paulo, e, já em Paraty, área não
controlada, e comunicações com pilotos de outras aeronaves que estivessem
voando pela região, em que o piloto pode ter relatado a baixa visibilidade.
O avião saiu com Teori e outras três pessoas – o
empresário Carlos Alberto Filgueiras, dono da aeronave, a massoterapeuta Maria
Panas e sua mãe, a professora Maria Hilda Panas -, além do piloto Osmar
Rodrigues, às 13h01 da quinta-feira, com destino a Paraty, e caiu no mar perto
da Ilha Rosa, após meia hora de voo e a dois quilômetros da cabeceira da pista
do aeroporto da cidade do Sul Fluminense.
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