O ministro da Defesa,
Raul Jungmann, disse hoje à tarde (12) que, na avaliação do governo federal, a
ordem e a segurança pública foram resgatadas no Espírito Santo. Segundo ele, as
informações do governo do estado são de que a greve da Polícia Militar está “em
declínio”. Ainda assim, o efetivo de 3,1 mil homens das Forças Armadas
permanecerá no Espírito Santo “todo o tempo que seja necessário para que se
garantam vidas”, de acordo com o ministro.
“A grande Vitória está
levando uma vida bem mais tranquila. Amanhã as escolas estarão funcionando. O
comércio abre, como já abriu no sábado, e o sistema de transporte coletivo
deverá operar normalmente. A determinação do presidente da República, de recuperar
a ordem, está sendo atendida”, disse Jungmann, após reunião com Michel Temer
neste domingo no Palácio do Jaburu.
Também participaram no
encontro os ministros da secretaria de Governo, Antônio Imbassahy, da
secretaria-geral da Presidência, Moreira Franco, do Gabinete de Segurança
Institucional da Presidência, Sérgio Etchegoyen e o ministro interino da
Justiça, José Levi do Amaral. Segundo Jungmann, foi uma reunião de trabalho na
qual, entre outros assuntos, os ministros fizeram um balanço sobre a atuação das
Forças Armadas no Espírito Santo.
O ministro da Defesa
negou que o governo federal tenha demorado a agir diante do caos causado no
estado pela greve da PM. O Sindicato dos Policiais Civis do Espírito Santo
informou que foram registrados 142 homicídios no Espírito Santo do dia 4 de
fevereiro até as 10h de hoje.
Jungmann frisou que
cinco horas depois do governador [em exercício] do Espírito Santo, César
Colnago, ter feito um pedido escrito pedindo ajuda federal as Forças Armadas já
se encontravam nas ruas do estado na última segunda-feira (6),. “Desde então,
não tivemos mais arrastões, sequestros, desordens ou o que seja. Se algo houve,
foi anterior à entrada em cena das Forças Armadas”, afirmou.
Investigação
O ministro disse também
que o governo do estado criará um grupo especial de investigação para encontrar
os responsáveis pelos homicídios recentes, bem como averiguar a suspeita de que
teriam sido cometidos assassinatos por grupos de extermínio com a participação
de policiais militares.
Jungmann admitiu que
familiares de PMs ainda permanecem nos quartéis porque têm o apoio dos
grevistas remanescentes. “As mulheres dos PMs continuam lá porque contam em
alguma medida, ou muita medida, com o apoio daqueles que se encontram
aquartelados. No nosso modo de entender, isso não condiz com aqueles que usam
fardas. Isso tem que parar”, afirmou.
Segundo o ministro, o
governo estadual repassou a informação de que cerca de mil policiais já teriam
voltado ao trabalho. Além disso, as esposas dos policiais militares estariam
recorrendo ao Ministério Público e até a lideranças evangélicas para mediar o
diálogo com o governo local. Para Jungmann, um eventual acordo “é o que
todos nós esperamos que venha a acontecer”.
Segundo ele, a atuação
do governo federal no Espírito Santo será “a regra” para situações semelhantes
que porventura ocorram em outras localidades. O ministro destacou, contudo, que
até o momento não foi detectado um “efeito contágio” da situação em outros
estados.
“Estamos, a pedido do
presidente da República, acompanhando a situação no Rio de Janeiro, onde 97% do
policiamento encontra-se nas ruas. Há um protesto, mas que não tem afetado de
forma alguma o funcionamento policial no estado. Tudo segue normal nas outras
unidades da federação”, disse. De acordo com o ministro, o governo está
preparado para qualquer eventualidade. (Agência Brasil)
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