Agencia Brasil
Relatório divulgado hoje (8) pela Organização
Internacional do Trabalho (OIT) e pela empresa de pesquisa de opinião Gallup
indica que 70% das mulheres e 66% dos homens no mundo entendem que as mulheres
devem ter trabalhos remunerados. No Brasil, o índice é de 72% das mulheres e
66% dos homens.
O documento Rumo a um futuro melhor para mulheres e
trabalho: vozes de mulheres e homensfornece um relato inédito sobre atitudes e
percepções globais sobre o tema das mulheres no mundo do trabalho. A pesquisa
ouviu quase 149 mil pessoas em 142 países e territórios, incluindo o Brasil, e
representa mais de 99% da população adulta global.
Os resultados mostram que mulheres em todo o mundo
preferem ter trabalhos remunerados (29%) ou estar em situações em que poderiam
trabalhar e também cuidar de suas famílias (41%). De acordo com o relatório,
apenas 27% das mulheres no mundo querem ficar em casa, exercendo um trabalho
não remunerado.
Ainda segundo a pesquisa, o índice de 70% de mulheres no
mundo que gostariam de ter trabalhos remunerados inclui a maioria das mulheres
que não está no mercado de trabalho. Os dados valem para quase todas as regiões
do planeta, incluindo aquelas onde a participação das mulheres na força de
trabalho é tradicionalmente baixa, como Estados e territórios árabes.
Opiniões convergem
O relatório aponta que 28% dos homens gostaria que as
mulheres de suas famílias tivessem trabalhos remunerados, enquanto 29%
gostariam que elas ficassem apenas em casa e 38% prefeririam que elas pudessem
fazer as duas coisas.
Mulheres que trabalham em tempo integral para um
empregador (mais de 30 horas por semana) são mais inclinadas a preferir
situações nas quais pudessem equilibrar o trabalho e as obrigações da família e
da casa. Mulheres e homens com níveis mais elevados de educação também são mais
propensos a preferir que as mulheres tenham trabalhos remunerados e cuidem de
suas casas e famílias.
“Esta pesquisa mostra claramente que a maioria das
mulheres e dos homens em todo o mundo prefere que as mulheres tenham trabalhos
remunerados. Políticas de apoio às famílias, que permitam que as mulheres
permaneçam e progridam no trabalho remunerado e incentivem os homens a assumir
a sua parte justa do trabalho de cuidados da família e da casa, são cruciais
para alcançar a igualdade de gênero no trabalho”, disse o diretor-geral da OIT,
Guy Ryder.
Além de investigar as preferências das pessoas sobre
mulheres e trabalho, a pesquisa revelou que as mulheres são mais propensas do
que os homens a considerar trabalhos remunerados perfeitamente aceitáveis
(83%), enquanto os homens ficam um pouco atrás (77%). Os números são mais altos
no Brasil, com 96% das mulheres e 94% dos homens considerando o trabalho
remunerado perfeitamente aceitável para as mulheres de suas famílias.
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