André Richter - Repórter da Agência Brasil
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot,
apresentou hoje (2) denúncia ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra o senador
afastado Aécio Neves (PSDB) pelos crimes de corrupção e obstrução da Justiça.
Na denúncia, a PGR acusa Aécio Neves de solicitar R$ 2 milhões ao empresário
Joesley Batista, um dos delatores da JBS.
A irmã do parlamentar, Andrea Neves, o primo de Aécio,
Frederico Pacheco, e Mendherson Souza Lima, ex-assessor do senador Zezé Perrela
(PMDB-MG), também foram denunciados. Todos foram citados na delação premiada da
JBS. De acordo com o procurador, o recebimento do valor teria sido intermediado
por Frederico e Mendherson, que teria entregue parte dos recursos em uma
empresa ligada ao filho de Perrella. A denúncia está baseada em gravações
feitas pela Polícia Federal, durante uma ação controlada.
A denúncia será analisada pelo ministro Marco Aurélio e
julgada pela Primeira Turma do Supremo, composta pelos ministros Alexandre de
Moraes, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Luiz Fux. A data ainda não foi
definida.
Sobre a acusação de obstrução da Justiça, Janot sustenta
na denúncia que o senador afastado tentou embaraçar as investigações da
Operação Lava Jato, na qual também é investigado, ao "empreender
esforços" para interferir na distribuição dos inquéritos dentro da Polícia
Federal. Ao fim, o procurador solicitou ao STF que Aécio e sua irmã sejam
condenados ao pagamento de R$ 6 milhões por danos decorrentes dos casos citados
de corrupção.
Em nota, a defesa do senador afastado disse que recebeu
"com surpresa a notícia" da denúncia. Os advogados apontam que
"diversas diligências de fundamental importância", entre elas o
depoimento de Aécio e a perícia nas gravações, ainda não foram realizadas.
"Assim, a defesa lamenta o açodamento no oferecimento da denúncia e
aguarda ter acesso ao seu teor para que possa demonstrar a correção da
conduta" de Aécio.
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