Em visita a cidade de Carnaíba, no Sertão do Pajeú, a jornalista Letícia Lins, que reside atualmente na capital pernambucana, Recife, e é dona do Blog Oxe Recife, se encantou com a arborização presente na cidade, e disse que é um exemplo a ser seguido. Confira matéria do Blog Oxe Recife.
Eu tenho dito que o Recife é a capital nacional dos
toquinhos. E é mesmo. Como vocês observam aqui no #OxeRecife, o que
a gente não deixa de ver na nossa cidade é árvore mutilada em cada esquina. E
muitas morrem por conta do excesso de poda. Poda, não, mutilação.
Outras, são podadas para serem erradicadas, assassinadas
mesmo. Estive neste final de semana em uma pequena cidade, chamada Carnaíba, a
406 quilômetros do Recife. No município, que fica no Sertão do Pajeú, não vi um
só “tamborete”, como parecem ficar no Recife, aqueles restos dos cadáveres
insepultos que a gente vê pelas calçadas. Não vi nenhuma marca de arboricídio.
Ao contrário, o que vi foi uma cidade arborizada, nas
calçadas, nas praças, nos canteiros centrais. As podas das árvores das calçadas
deixam as copas bem simétricas. Isso evita que elas fiquem pendendo para um
lado só e terminem por tombar. E olhem que venta muito no Sertão. Pelo
menos, neste final de semana, onde voavam as nuvens de poeira.
Confesso que fiquei muito feliz com o que vi. E pelo que
se percebe, não deve ser tão difícil cuidar da arborização das nossas ruas. É
verdade que é mais fácil o controle, se o espaço é menor. Mas também é verdade
que o Recife tem um corpo de técnicos muito maior, e empresas terceirizadas que
devem ganham um dinheirão para cuidar das árvores do Recife, e não para
mutilá-las e, pior, eliminá-las a torto e à direita.
Letícia Lins tem uma longa trajetória no jornalismo.
Começou ainda estudante, no Jornal do Commercio, no Recife. Tem passagens pelo
Jornal do Brasil, TV Globo, Revista Veja e Jornal O Globo, onde atuou por
23 anos.
Foi a idealizadora do programa rural Campo Livre, na TV
Pernambuco. Acumula várias premiações no currículo, inclusive o XXIV Prêmio de
Direitos Humanos de Jornalismo (2007), o Sexto Prêmio Senai de Reportagem
(2009) e o Esso de Jornalismo (2015), na categoria reportagem.
Também ganhou o primeiro lugar no Prêmio Mestre
Salustiano de Turismo de Pernambuco, em 2008. Atribui aos 500 anos do Brasil
sua cobertura mais importante, quando passou um mês na Bahia, acompanhando os
preparativos e as comemorações da Festa do Descobrimento. Na ocasião, optou por
dar visibilidade maior ao papel dos excluídos (negros, índios e sem terra) do
que à programação oficial, que terminou por transformar a data histórica do ano
2000 em uma declaração de guerra contra o povo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário