Até o dia 11 de setembro de 2017, Pernambuco registrou 1.022 casos de sífilis congênita, quando a transmissão ocorre da mãe para o bebê durante a gestação. Em todo o ano de 2016 foram 1.507 casos e em 2015, 1.363. A doença é de fácil diagnóstico e tem tratamento disponível gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS). O ideal seria que toda mulher e seus parceiros sexuais fizessem o teste rápido da doença antes da gravidez. Contudo, diagnosticada durante a gestação, a enfermidade também tem cura, evitando a transmissão para a criança.
Para reforçar a importância da prevenção e do diagnóstico
precoce, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) promove, nesta sexta-feira
(20.10), das 7h às 9h, em parceria com a CBTU, distribuição de camisinhas
masculinas e femininas, gel lubrificante e material informativo na Estação
Central de Metrô do Recife, no bairro de São José. Também haverá um
vídeo-debate no auditório da SES, das 10h às 11h30. As atividades são alusivas
ao Dia Nacional de Combate à Sífilis, celebrado no sábado (21.10).
“A sífilis é uma doença de fácil diagnóstico e com
tratamento disponível. Vivenciamos uma epidemia no Brasil e temos notado um
aumento no número de casos
no nosso Estado.
Por isso a necessidade de informar a população sobre o assunto e incentivar o
uso de camisinha em todas as relações sexuais, maneira mais eficaz de evitar
essa e outras infecções sexualmente transmissíveis”, afirma o coordenador do
Programa Estadual de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST/Aids), François
Figueiroa. Para ele, o aumento dos números também pode refletir a melhora na
vigilância dos casos e a ampliação da oferta dos testes rápidos.
Para evitar os casos de sífilis congênita, o coordenador
reforça a importância da testagem para sífilis e outras IST, como HIV, antes da
gravidez. De acordo como Ministério da Saúde, todas as gestantes devem realizar
teste para sífilis na primeira consulta, repetindo o teste no terceiro
trimestre (em torno de 28 semanas) e no momento do parto.
“Sabemos que as mulheres procuram mais os serviços de
saúde. Contudo, seus parceiros sexuais também precisam ser testados e tratados,
para evitar o risco de recontaminação”, avisa Figueiroa. Ele também ressalta
que, diagnosticada a doença, é preciso ter uma boa adesão à medicação. Na falta
de tratamento, a criança pode nascer com sequelas, como surdez, cegueira e
retardo mental.
DADOS – Além dos casos de sífilis congênita, a SES
também registra as ocorrências em gestantes e no público em geral (adquirida).
No caso das gestantes, foram 870 casos em 2015, 953 em 2016 e 835 em 2017 (até
11.09). Em relação à sífilis adquirida, foram 1.319 casos em 2015, 2.657 em
2016 e 1.829 em 2017.
O QUE É: A sífilis é uma doença infectocontagiosa
sistêmica, de evolução crônica, causada pelo Treponema pallidum. A doença não
tratada progride ao longo de muitos anos, sendo classificada em sífilis
primária, secundária, latente recente, latente tardia e terciária. A
transmissão pode ser sexual, vertical ou sanguínea. A via predominante é a
sexual, entretanto, a mulher portadora da bactéria durante a gestação pode
transmitir para o feto durante todo o período gestacional. O resultado da contaminação
do feto pode ser o abortamento, óbito fetal e morte neonatal ou o nascimento de
crianças com sífilis.
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