A cúpula do PT já admite que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pode ser preso antes da Páscoa, em 1.º de abril, e por isso decidiu intensificar a campanha para cobrar a reação dos militantes nas ruas. Ao abrir na tarde desta segunda-feira um seminário sobre segurança pública, a presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), disse que o partido irá com Lula "até as últimas consequências" e não aceitará de braços cruzados a prisão.
"Se eles querem trucar, nós vamos pagar para ver", afirmou Gleisi. "Nós não vamos aceitar mansamente a prisão do Lula." Logo em seguida, porém, a presidente do PT destacou que não estava pregando qualquer ofensiva violenta. Em janeiro, a senadora chegou a dizer que, para prender Lula, seria preciso "matar gente".
"Antes que me questionem, não estou falando aqui que vai ter revolução.
Mas a militância do nosso partido e os movimentos que sempre lutaram ao nosso
lado não vão aceitar isso pacificamente", insistiu a senadora.
Gleisi criticou o que definiu como "inércia" do
Supremo Tribunal Federal (STF) ao não analisar a legalidade de prisões nos
casos de condenação em segunda instância antes de esgotados todos os recursos
judiciais. "O que estão fazendo com Lula é uma coisa sem precedentes na
história desse País e fere frontalmente a Constituição. Agora, caminha-se para
ela ser rasgada outra vez, pela inércia do Supremo de não decidir uma coisa que
é vital para a sociedade, e não só para Lula", atacou a presidente do PT.
O Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4) deve julgar o recurso impetrado por Lula entre os dias 26 e 28 deste mês. O PT não tem qualquer expectativa de reverter ali a sentença que o condenou a 12 anos e um mês de prisão, no caso do triplex do Guarujá, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
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