O prefeito de Manaus e ex-líder do PSDB na Câmara durante
o governo Lula, Arthur Virgílio Neto (PSDB), chorou ao comentar a prisão do
ex-presidente petista durante evento estadual do PSDB no Amazonas nesta
segunda-feira (9). O tucano se emocionou após uma pergunta da reportagem.
Lula foi preso no último sábado (7) e está cumprindo pena em Curitiba.
Arthur Virgílio disse que "dói" ver o maior
líder sindical da América Latina com o histórico de "retidão e
coragem" terminar condenado e preso por corrupção.
"Tenho muita tristeza de ver aquela pessoa que teve
um passado tão bonito, tão brilhante, que foi o maior líder sindical que a
América Latina já produziu e essa pessoa ser condenada por uma coisa… por
corrupção. Eu lamento muito. Adversário, sim. Me tratou como inimigo, foi
extremamente desleal comigo na minha eleição de 2010. Mas nada disso apaga o
que conheço da história dele, o que eu sei que ele fez", declarou o
tucano.
Ao final da gravação da opinião dele sobre a prisão do
ex-presidente, Arthur deixou escorrer lágrimas e disse: "Dói. Você me
emocionou com essa pergunta", afirmou à reportagem.
"Eu tenho um pouco essa dor. De ver que uma pessoa
com toda aquela coragem, com todo o passado de retidão cair nessa armadilha,
nessa tentação. Não me alegra (...) Eu supunha o Lula, na ditadura, um
perseguido. Condenado por uma agressão verbal a alguém. Mas não pelo
motivo que o leva à prisão: condenado por corrupção. E não me alegra que tenha
sido assim. Gostaria que tivesse outro final. Porque ele representa muita coisa
para muita gente. Não é uma frustração boa para o regime democrático. É uma
frustração ruim. Desejo que ele encontre paz", disse Arthur Virgílio.
O tucano acrescentou que o fato positivo na condenação de
Lula, para ele, é que hoje o país tem instituições funcionando de forma
"igualitária para todos".
"O Brasil está começando a fazer justiça para ricos
e pobres. Poderosos e pessoas simples. No começo, pode ter um descontentamento
aqui e acolá, mas, ao final, será robustecimento da nossa vida
democrática", declarou. (Uol)
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