Após sete horas de reunião entre governo e representantes
dos caminhoneiros, o ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) anunciou na noite
desta quinta-feira, 24, que houve acordo pela suspensão da greve por 15 dias.
Nove das 11 entidades presentes aceitaram a proposta do Executivo, que prevê
prazo de 30 dias para reajustes no preço do diesel. Esta era uma das principais
demandas dos caminhoneiros, que queriam mais previsibilidade nos reajustes.
Para não interferir na política de preços da Petrobras e ao
mesmo tempo garantir essa previsibilidade, o ministro Eduardo Guardia (Fazenda)
informou que haverá um mecanismo de compensação à Petrobras a cada 30 dias, que
terá que ser calculado mês a mês entre o preço que a estatal adotaria e o efetivamente
adotado.
"O compromisso da Petrobras (de desconto no preço do
diesel) é por 15 dias. Depois, a política volta normalmente. A política de
preços continua preservada até a porta da refinaria", assegurou Guardia. O
acordo do governo com caminhoneiros também inclui a manutenção do desconto de
10% no diesel por 30 dias. Ontem, a Petrobras anunciou a medida por 15 dias,
que será bancada pela estatal. A União se compromete a pagar uma compensação
financeira à Petrobras pelos outros 15 dias acordados para "garantir a
autonomia" da estatal.
Segundo Guardia, a partir do segundo mês, a União arcará
com o valor entre o preço que a Petrobras adotaria e o adotado. Já o ministro
da Secretaria de Governo, Carlos Marun, afirmou que o reajuste no preço do
diesel a cada 30 dias está garantido "pelo menos até o fim do ano".
A estimativa inicial do Ministério da Fazenda é que esta
compensação pelo desconto de 10% por 15 dias represente R$ 350 milhões, porém o
valor ainda terá que ser atualizado. Segundo Guardia, o governo terá
"dotação orçamentária para fazer frente a essa despesa" e também a
compensação a cada mês.
Depois dos 15 dias de suspensão da greve, haverá uma nova
reunião entre as entidades e o governo para verificar como está o cumprimento
dos 12 itens que constam no acordo. Também consta entre compromissos a
realização de encontros periódicos a cada duas semanas. Padilha ressaltou que
Temer autorizou o acordo.
Logo após a reunião acabar, foi convocada uma coletiva de
imprensa com os ministros Eliseu Padilha, Carlos Marun, Valter Casimiro
(Transportes) e Eduardo Guardia e também com os representantes das entidades
dos caminhoneiros que firmaram o acordo. A União Nacional dos Caminhoneiros
(Unicam) e a Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam) não assinaram o
documento. (Por AE)
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