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Desde os 40 anos, o médico anestesista Edgar Peixoto usa
óculos. “É o que chamam de mão curta, né?”, brinca. São 27 anos dependendo das
lentes corretoras. Edgar não gostava de usar, mas conta que se acostumou com a
rotina de tê-los. “Era um mal necessário. A gente se adapta, e ele se tornou
indispensável para o meu trabalho e meu dia a dia. Magoa um pouco o nariz, mas
é uma coisa que a gente consegue administrar”, brinca. Recentemente, um
agravante: ele descobriu a catarata, doença característica da idade, quando a
transparência e clareza da lente natural do olho, chamada de cristalino, dão
lugar à opacidade na medida em que os anos passam.
Como os óculos já não estavam dando conta, Edgar se
programou para fazer a cirurgia, conforme indicação médica. “É como se você
estivesse olhando um vidro embaçado, um vidro suado. Se pode ficar melhor, por
que não?”, questiona, ao mesmo tempo em que explica a decisão pela cirurgia.
Cirurgia que, no caso, é o único tratamento para a
catarata disponível atualmente, segundo o médico oftalmologista do Hospital da
Visão de Pernambuco (HVISÃO), Fernando Cunha. “Óculos podem ajudar a corrigir a
visão de forma parcial, mas não corrige a ação plena do problema. A catarata
normalmente provoca sintomas de diminuição de qualidade, de quantidade e até
mesmo de sensibilização à luz. Ela provoca sintomas, mas os sintomas são
lentos, graduais e progressivos”, detalha. A doença é mais comum em pacientes
acima dos 60 anos, mas o acompanhamento preventivo deve ser feito a partir dos
40.
Com o avanço da tecnologia, hoje a cirurgia de catarata
também acaba por corrigir quaisquer problemas de visão que o paciente tenha. No
caso de Edgar, a cirurgia corrigiu a catarata e também a presbiopia, a vista
cansada. Isso porque o cristalino opaco (que chamamos de catarata) é aspirado e
substituído por outra lente, artificial, que já pode vir personalizada com o
grau necessário para o paciente em questão. “Houve uma evolução tecnológica no
cálculo das lentes intraoculares, o que traz para o paciente a liberdade do uso
de óculos. Não podemos garantir uma independência total, mas grande parte dos
pacientes praticamente não usam mais óculos”, continua o doutor Fernando. A
lente pode ser até trifocal, corrigindo a visão para longe, distância
intermediária e perto.
Além da maior eficácia e precisão trazidas pela
tecnologia, a tranquilidade do paciente com relação ao procedimento também é um
grande benefício. “Eu vi que a coisa é bem mais simples do que eu imaginava.
Porque quando eu vi a cirurgia de catarata há 15, 20 anos, o processo era
outro. Hoje a anestesia é tópica, o corte é feito com lasers. Fiquei mais
confiante e com menos medo. Hoje em dia eles não dão nem ponto”, garante Edgar.
“Há 30 anos, as pessoas precisavam ficar internadas para
fazer uma cirurgia de catarata. Era uma cirurgia de alto risco e poderia ter
grandes complicações. Hoje, a cirurgia de catarata se tornou muito mais segura,
precisa e com baixíssimo risco de complicações. O advento dessas tecnologias
trouxe uma redução dos riscos cirúrgicos, redução das possibilidades de
infecção, conforto pós-operatório, permitiu que a cirurgia fosse realizada
através de anestesia tópica, apenas com o uso de colírios. E o pós-operatório
se tornou bem mais confortável", diz Fernando.
Edgar conta que levou 15 minutos para entrar e sair da
sala de cirurgia. Foi enviado para casa no mesmo dia. “Posso dizer que estou
vendo tudo com muita nitidez e muita clareza. As cores são mais vivas, o mundo
ficou mais claro. Vida nova sem óculos!”, conclui.
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