Na vida há situações tão dificultosas que, ironicamente,
são nelas que surgem os maiores exemplos de superação e vitória – a força que
surge, sabe-se lá como, para mudar a realidade ao seu redor, em benefício
próprio ou de familiares. Assim pode ser resumida a história da agricultora Edivaneide
da Graça Silva, uma vitoriosa que serve de exemplo para tantos outros não
desistirem.
Natural de Tabira, Sertão do Estado, Vânia – como é mais
conhecida na região – morava em Petrolina com o marido e os três filhos, mas lá
a situação não estava fácil. Foi então que, em 2001, ela resolveu voltar à
terra natal com uma mão na frente e outra atrás, como se diz, mas cheia de
vontade de mudar. Com muita dignidade e de posse de um terreno que ninguém
botava fé, inclusive o seu marido, ela começou a vender hortaliças de porta em
porta pela cidade para fazer renda e ter o que comer.
Passado alguns anos, mas sempre com o sorriso no rosto e
muita força de vontade, Vânia conheceu o Instituto Agronômico de Pernambuco
(IPA), órgão ligado à Secretaria de Agricultura, através do escritório local da
cidade. Foi então que fez cursos e oficinas de comercialização de produtos,
reaproveitamento de alimentos, plantas medicinais, entre outros. Não parou por
ai. Em 2009, inserida no Projeto de Produção Agrícola de Vegetais e Consumo
responsável – parceria entre IPA, UFRPE e CNPq – ela ganhou cinco mudas de
goiaba. Foi ai que aconteceu a virada.
Das cinco mudas e da vida de muita dificuldade, a única
coisa que resta é a vontade de seguir trabalhando e crescendo mais. Hoje Vânia
possui 800 pés de goiaba em duas propriedades, vendendo para o comércio da
cidade, a fábrica de doces de cidade vizinha, além de produção própria – com
toda a família na lida. Foi assim que ela conquistou a melhora de vida e de sua
casa, que hoje conta com área de lazer e piscina, entre outros bens. “Não só o
apoio que recebemos na época, mas como todo o acompanhamento feito até hoje
pelo IPA, nos possibilitou toda essa mudança em nossa vida”, ressalta a
agricultora.
Vânia venceu, sabe disso, e se orgulha, mas não perdeu a
simplicidade e nem a positividade para encarar a vida. Doente, ela não pode ir
a campo na colheita, mas fica a par de tudo que acontece. Exemplo para outras
agricultoras da região e com um sorriso constante no rosto, ela resume o ontem,
o hoje e o futuro num sentimento só: esperança em tudo.
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