O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, evitou
comentar o memorando da CIA que revelou que o general Ernesto
Geisel, presidente do Brasil entre 1974 e 1979, no período da ditadura
militar, autorizou o Centro de Inteligência do Exército (CIE) a continuar a
política de execuções sumárias contra opositores do regime.
Para Jungmann, apesar do documento ser público, não houve
“acesso oficial de governo a governo para poder fazer um comentário”. O
ministro afirmou que, só assim, as informações poderão ser confirmadas e ser
definido o “que se possa e que se deva fazer”.
O memorando, agora tornado público pelo Departamento de
Estado dos EUA, data de 11 de abril de 1974 e é assinado pelo então diretor da
CIA Willian Colby e endereçado ao secretário de Estado dos EUA na época, Henry
Kissinger. Nele, Colby detalha que Geisel, ao assumir o poder, foi informado de
que 104 pessoas haviam sido mortas em 1973 pelo governo de Emílio Garrastazu
Médici (1969-1974).
Na ocasião, o CIE, órgão responsável pela política de
tortura e assassinatos de adversários políticos da ditadura, recebeu
autorização de Geisel para manter o método, mas restringido aos “casos
excepcionais”, que envolvessem “subversivos perigosos”. Além do aval do Palácio
do Planalto, as execuções deveriam ser precedidas de consulta ao então diretor
do Serviço Nacional de Informações (SNI), general João Baptista Figueiredo, que
viria a ser o sucessor de Geisel na Presidência da República, entre 1979-1985.
Fonte: Agência Brasil
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