Um programa de controle das “fake news” (notícias falsas),
lançado na semana passada pelo Facebook no Brasil, provocou reações enfurecidas
de grupos de extrema direita, que acusam a rede social de praticar “censura” e
de propagar ideias “esquerdistas”.
Alguns jornalistas das agências Lupa e Aos Fatos,
associados ao Facebook, denunciaram ameaças que podiam chegar, inclusive, a
membros de suas famílias.
“Ataques pessoais, difamação e ameaças. É completamente
intolerável”, declarou nesta segunda-feira (21) a diretora da Lupa, Cristina
Tardáguila, à rádio CBN, sem detalhar o teor das ameaças.
O Facebook já desenvolveu programas de luta contra as
notícias falsas em vários países, junto com meios de comunicação como a AFP e a
Associated Press nos Estados Unidos. Seus sócios são membros da Rede
Internacional de Fact-Checking (IFCN).
A rede social não suprime as notícias identificadas como
falsas, mas as torna menos visíveis e adverte sobre o seu caráter duvidoso aos
usuários que quiserem compartilhá-las.
Essas medidas foram denunciadas como tentativas de
“censura” por grupos como o Movimento Brasil Livre (MBL).
“De notícias falsas o termo passou a abranger toda e
qualquer informação que desagrade o sistema de sempre, de esquerda,
progressista, revolucionário e politicamente correto”, afirmou Arthur do Val,
um dos líderes do MBL em um vídeo publicado no YouTube.
“Querem asfixiar a direita”, reclamou Renan Santos, outro
líder do movimento.
Alexios Mantzarlis, diretor da IFCN, expressou sua
“preocupação” por essa campanha que é feita a poucos meses das eleições de
outubro, em uma coluna publicada na quinta-feira passada no jornal Folha de
S.Paulo.
“A IFCN vem acompanhando o processo em todos os países. Tem
sido extremamente tranquilo, teve algum tipo de ataque nas Filipinas, mas
absolutamente nada comparado ao que esta acontecendo aqui”, escreveu.
Os dois favoritos nas pesquisas da eleição presidencial são
o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010), preso por corrupção e
cuja candidatura poderia ser invalidada, e o deputado federal de ultradireita
Jair Bolsonaro.
Fonte: Jornal do Brasil
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