Cinco senadores de três partidos diferentes visitaram nesta
terça-feira (17) o ex-presidente Lula na Polícia Federal em Curitiba, local onde é
mantido como preso político há mais de 100 dias. Jorge
Viana (PT-AC), Roberto Requião (MDB-PR),
Renan Calheiros (MDB-AL), Edison Lobão (MDB-MA) e Armando Monteiro (PTB-PE)
conversaram o líder petista e inspecionaram a carceragem.
Viana relatou que Lula continua indignado com a situação do
país – agravada após o golpe de 2016 – e com a perseguição
jurídica que tem sofrido, mas segue confiante e paciente. “Vimos uma
pessoa que está com a indignação de quem sofre uma injustiça, mas que também tem
a paciência de esperar pela justiça”, afirmou.
Viana, que foi o autor do requerimento aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça para inspeção das
condições dos presos na PF, reitera que “Lula clama por justiça e não quer
nenhum tipo de concessão. Ele apenas espera um julgamento justo, em respeito à
sua história e ao povo brasileiro, que confia nele”.
Embora não faça parte da CCJ, Renan Calheiros fez questão
de trazer seu apoio à Lula. “Encontramos o presidente Lula convicto de que vai
demonstrar sua inocência. Ele foi condenado em primeira instância sem provas,
depois teve uma condenação em segunda instância e a antecipação da execução da
pena. Isso conflita com a Constituição, com a democracia, e não pode continuar
existindo no País”, afirmou.
A visita representa o apoio dos senadores a Lula, completou
Calheiros. “Significa sobretudo solidariedade pelo que ele representa para o
nosso país e para cobrarmos que esse processo siga os ritos da legalidade. Mais
do que nunca o presidente Lula é um preso político e a presença crescente dele
nas pesquisas de opinião mostra a certeza do povo brasileiro de que isso está
acontecendo”, completou.
O senador emedebista disse não ter dúvida de que Lula vai
provar sua inocência na Justiça. “A decisão na primeira instância foi
estapafúrdia, por convicção, e a decisão do TRF-4 foi
muito apressada, colocada no cenário eleitoral de propósito. Tudo isso
transforma a cada dia a prisão dele numa prisão política e é por isso que ele
cresce nas pesquisas, sobretudo no Nordeste”, afirmou.
Por Luis Lomba
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