A polícia da Nicarágua informou nesta sexta-feira
ter detido um homem suspeito de ser o autor da morte da estudante
brasileira Raynéia Lima, um caso atribuído às forças paramilitares que
perseguem manifestantes contrários ao governo, informou uma fonte oficial. “Foi
capturado Pierson Gutiérrez Solís, de 42 anos, suposto autor dos disparos que
privaram da vida a cidadã Raynéia Gabriela da Costa Lima Rocha“. O
suspeito possuía uma “arma de fogo do tipo carabina M”.
As evidências contra o detido “serão remetidas às
autoridades competentes”, acrescenta o comunicado, sem revelar as informações
que incriminam Solís. Raynéia Lima, 32 anos, foi morta por um tiro que
perfurou tórax e abdome. A polícia anunciou a captura após o chanceler
brasileiro, Aloysio Nunes, criticar a falta de informação por parte das
autoridades da Nicarágua sobre a morte da estudante de medicina.
“As informações entregues até agora são extremamente
insuficientes. A informação fornecida pelo governo da Nicarágua é que
“o autor do tiroteio” foi um segurança particular, declarou Aloysio Nunes à
estatal Agencia Brasil, em Joanesburgo, onde participa de uma cúpula do grupo
de potências emergentes BRICS.
“Quem foi? Qual era o calibre da arma? Em que
circunstancias ocorreu? Não houve até agora um esclarecimento desse episódio e
vamos insistir porque nos parece um assunto absolutamente inaceitável”,
enfatizou o diplomata. Lima, que cursava o último ano de medicina, foi baleada
quando voltava de carro para sua residência no sudoeste de Manágua, por volta
da meia-noite de segunda-feira, disse à AFP o reitor da Universidade Americana
(UAM), Ernesto Medina.
Segundo testemunhas, paramilitares dispararam contra seu
carro. Ela foi levada por seu namorado para o hospital, mas “as feridas era
fatais” e ela faleceu durante a madrugada, segundo o depoimento de Medina. A
região onde aconteceu o incidente “é dominada por grupos paramilitares” ligados
ao presidente Daniel Ortega, segundo Gonzalo Carrión, diretor jurídico do
Centro Nicaraguense de Direitos Humanos (Cenidh).
Os grupos paramilitares agem como força de repressão aos
protestos que sacodem o país desde abril para exigir a saída de Ortega, que já
deixaram mais de 300 mortos.
Fonte: FolhaPE
Nenhum comentário:
Postar um comentário