Oriundos do mesmo DNA familiar, a vereadora Marília Arraes
(PT) e o engenheiro João Campos (PSB) estão travando uma briga de “titãs” nesta
eleição para serem puxadores de votos à Câmara Federal. Atuando em lados
opostos, os dois primos (em segundo grau) podem se tornar potenciais
adversários na disputa pela Prefeitura do Recife em 2020 ou ao governo do
estado em 2022. O status que conquistarão na disputa em outubro terá reflexo direto
nas futuras eleições majoritárias.
A partir de agora, a ordem é cada um colocar seu exército
nas ruas e usar as “armas” que dispõe para conquistar o maior número de votos.
A neta e o bisneto do ex-governador Miguel Arraes não medirão esforços para ter
bons desempenhos eleitorais. Se, de um lado, Marília percorreu o estado
popularizando seu nome em busca da simpatia do eleitor, antes de ser “rifada”
pelo PT nacional como candidata ao governo do estado, João tem mais de 70
prefeitos somente no PSB a seu favor, além de deputados e lideranças políticas.
Estreante nas urnas, o filho do ex-governador Eduardo
Campos conta com apoio dos principais líderes do PSB no estado: o governador
Paulo Câmara e o prefeito do Recife, Geraldo Julio. Marília, por sua vez, tem
ao seu lado a força da base do PT, de parte dos dirigentes estaduais de seu
partido, além do apoio da Central Única dos Trabalhadores (CUT-PE) e movimentos
sociais.
De acordo com o presidente estadual do PT, Bruno Ribeiro,
Marília é um excelente quadro que fez uma caminhada vitoriosa. “Recebemos a
filiação dela há dois anos com entusiamo. O nosso líder maior, Lula, abonou sua
ficha de filiação. Esperamos que Marília tenha uma excelente votação. É
importante para ela e o PT”.
Para não correr o risco de conquistar o voto, mas não
eleger seus representantes na Câmara Federal como aconteceu em 2014, o PT de
Pernambuco decidiu sair sozinho na disputa proporcional. “Tivemos quase 400 mil
votos, mas não conseguimos eleger nenhum deputado federal porque estávamos
coligados com o PTB, que elegeu cinco. Por isso o sentimento do partido foi
sairmos sozinhos na chapinha”.
Fiel escudeira da candidatura de Marília, a deputada
estadual Teresa Leitão (PT) acredita que a vereadora conquistará muitos votos
de opinião. “É possível que ela seja puxadora de votos, mas muitos votos de
opinião ainda estão soltos. Marília andou muito pelo estado e a meta é
trabalharmos para ela ser bem votada”.
Presidente licenciado da CUT-PE e candidato a deputado
federal pelo PT, Carlos Veras afirmou que Marília não está preocupada em ser a
mais votada, mas, como líder do PT, sua meta é receber mais votos para eleger
um maior número de deputados. “Faremos ações juntos e individuais. O importante
é manter a unidade no voto ao PT. Vamos mostrar quem são os verdadeiros
candidatos de Lula e do nosso partido”, enfatizou Veras.
Por: Cláudia Eloi - Diario de Pernambuco
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