A caatinga, maior bioma exclusivamente brasileiro, poderá
ganhar uma lei de proteção ambiental, com meta de preservação, proibição de
desmatamento e zoneamento ecológico-econômico (ZEE). As medidas
constam no Projeto de Lei 9076/17, do deputado Zeca Cavalcanti (PTB-PE), em
tramitação na Câmara.
Segundo a proposta, o bioma terá como meta de preservação
pelo menos 17% da sua área, por meio de unidades de conservação de
proteção integral, a ser alcançada em cinco anos. A caatinga ocupa 844,4 mil
quilômetros quadrados, abrangendo a maior parte do Nordeste e áreas de Minas
Gerais.
Será vedada a supressão de vegetação nativa, exceto em caso de utilidade
pública, interesse social e atividades de baixo impacto, como abertura de
pequenas vias e implantação de estrutura destinadas a ecoturismo. O corte, a
supressão e o uso da vegetação nativa dependerão de autorização de órgão
integrante do Sistema Nacional de Meio Ambiente (Sisnama). Além disso, será
proibida a produção e o comércio de lenha e carvão vegetal oriundos de
ecossistemas nativos da caatinga, exceto para fins de subsistência.
Proteção
O objetivo do projeto, de acordo com o deputado Zeca Cavalcanti, é conter o
desmatamento da região e conciliar a proteção da biodiversidade com o
desenvolvimento sustentável. “A caatinga é a região brasileira mais vulnerável
às mudanças climáticas”, disse o deputado.
Segundo informações do Ministério do Meio Ambiente, citadas
pelo deputado, o bioma já perdeu quase 46% da sua cobertura vegetal original.
Os dados disponíveis apontam uma taxa média de desmatamento de 2,2 mil
quilômetros quadrados por ano entre 2002 e 2011.
O desmatamento afeta o regime de chuvas do bioma, prejudicando ainda mais a
flora, a fauna e a população humana que vive no semiárido. “Em vista desse
quadro, urge estabelecer medidas de fomento à conservação desse importante
bioma brasileiro”, afirma Cavalcanti. (NE10)
Nenhum comentário:
Postar um comentário