O presidente Michel Temer decidiu conceder o reajuste
salarial para juízes federais e também para os servidores públicos da União.
Essas medidas impedirão o governo de economizar, pelo
menos, R$ 8 bilhões no Orçamento do próximo ano.
A equipe econômica queria adiar o reajuste dos servidores
federais para 2020 para garantir a maior parte dessa economia (R$ 6,9 bilhões,
em 2019).
Nesta quarta-feira (29), porém, Temer fechou um acordo com
o STF (Supremo Tribunal Federal) concedendo o reajuste de 16,38% para o
Judiciário federal em troca do fim do auxílio-moradia.
Diante dessa situação, o presidente ficaria em uma saia
justa se não concedesse o aumento para os servidores do Poder Executivo.
Os reajustes –de 4,75% a 6,65%– foram negociados em 2015,
mantidos por Temer quando assumiu a Presidência e programados para os anos
seguintes. São beneficiadas 23 carreiras.
Cálculos de técnicos da Câmara dos Deputados indicam que o
acordo com o Judiciário federal acarretará mais R$ 930 milhões somente com
despesas decorrentes do aumento salarial para juízes.
A conta pode chegar a R$ 1,1 bilhão considerando servidores
do Executivo com rendimentos atrelados ao teto do Supremo. Com o reajuste, esse
patamar passará de R$ 33,7 mil para R$ 39,2 mil.
O Judiciário convenceu o presidente de que o aumento
salarial poderia ser compensado pelo fim do auxílio-moradia de R$ 4.377 para os
juízes.
Apesar disso, os técnicos da Câmara preveem que será
preciso fazer cortes nos investimentos, fundamentais para a retomada econômica.
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