Os áudios e imagens que circulam no WhatsApp alertando
sobre suposta paralisação dos caminhoneiros na madrugada desta
segunda-feira (2) são falsos.
Os responsáveis pelas mensagens não se identificam. Apenas
dizem que irá começar uma nova manifestação dos caminhoneiros, à meia-noite de
domingo contra o governo Temer e alertam para que as pessoas encham o tanque e
corram aos supermercados.
A Folha ouviu lideranças dos grupos de
caminhoneiros que fizeram parte dos atos de maio, como Wallace Landim (Chorão)
e Salvador Edimilson Carneiro (Dodô), e eles afirmaram que não existe nenhuma
mobilização programada para essa madrugada.
Carneiro e Landim disseram que os caminhoneiros estão se
organizando para um ato no dia 12 de setembro, na sede da ANTT, em
Brasília.
“Acho que [parar agora] é um tiro no pé. Tem gente
infiltrada tentando usar a categoria como massa de manobra”, afirma Landim.
A Abcam (Associação Brasileira dos Caminhoneiros) disse que
materiais antigos, dos protestos de maio, voltaram a circular nesse fim de
semana como se fossem atuais.
Nas redes sociais, postos de gasolina de Belo Horizonte
avisaram sobre a possibilidade de novas manifestações.
Neste domingo, segundo reportagem do jornal O Tempo, de
Belo Horizonte, filas se formaram em postos de gasolinas.
Os consumidores temem que os postos fiquem sem combustível
como aconteceu em maio, quando os caminhões-tanque foram impedidos de circular
pelos manifestantes.
O representante da Abcam (Associação Brasileira dos
Caminhoneiros) de Minas Gerais afirmou que não existe nenhum protesto marcado
para essa madrugada.
Um falso comunicado da Polícia Rodovia Federal também
circulou pelos grupos de WhatsApp. A nota de três páginas tem o timbre da PRF
no início, mas não traz assinatura nem indicação de que área da PRF a teria
produzido.
Ao UOL, empresa do Grupo Folha, que edita a Folha,
a PRF disse não reconhecer o documento. A assessoria de imprensa disse que
a instituição vem acompanhando o assunto, cooperando com outros setores, como
Abin (Agência Brasileira de Inteligência) e PF (Polícia Federal), além do
próprio governo federal, mas que não há nenhuma posição oficial a respeito de
uma possível nova paralisação.
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