A popularização das transações com cartão de crédito via
internet fez proliferar também o número de fraudes envolvendo os cartões. Só
entre janeiro e agosto deste ano, foram detectados 920 mil golpes na internet
com o objetivo de roubar dados financeiros de consumidores para clonar cartões
de crédito - são 3,6 fraudes por minuto. Os números foram levantados pelo
laboratório de cibersegurança da Psafe, empresa que coleta e gera dados a
partir de uma base de 20 milhões de computadores.
Apesar de não haver uma comparação com anos anteriores, já
que esses dados só começaram a ser coletados em setembro de 2017, especialistas
do setor, bancos e a própria polícia reconhecem que esse número está em franco
crescimento. "Estamos vivendo uma explosão em fraudes com cartão de
crédito no Brasil. E a ação de criminosos tende a se intensificar no fim do
ano", diz o diretor do laboratório da Psafe, Emílio Simoni, responsável
pelo levantamento.
Além das fraudes cibernéticas, que provocam prejuízos e
transtornos para os donos dos cartões, também vêm crescendo os chamados
"crimes de engenharia social". São golpes nos quais as vítimas são
induzidas pelos criminosos, em geral por contatos telefônicos, a liberar seus
dados e, às vezes, entregar os próprios cartões.
Por conta do aumento desses crimes, já foi criada até uma
força-tarefa, tocada de maneira sigilosa pelo Ministério Público e pela Polícia
Civil, que tenta mapear a origem desses estelionatários, que aparentemente têm
ramificações em todo o País e até no exterior.
O combate a essas fraudes, no entanto, é prejudicado pelo
fato de poucas pessoas procurarem a polícia para denunciar, diz o delegado José
Mariano de Araújo Filho, titular da delegacia de crimes cibernéticos da Polícia
Civil de São Paulo. "Os consumidores conseguem reverter parte do prejuízo
desses golpes, ou com os varejistas ou com os agentes do mercado financeiro. E
as empresas acabam jogando pano quente nessas histórias, que crescem de forma
exponencial." Por AE.
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