A Polícia Federal (PF) concluiu, em relatório encaminhado
ao Supremo Tribunal Federal (STF) nessa quarta-feira (5), que há indícios de
que o presidente Michel Temer e os ministros Eliseu Padilha, da Casa Civil, e
Moreira Franco, de Minas e Energia, todos do MDB, cometeram os crimes de
corrupção passiva e lavagem de dinheiro. As informações são do Estado de S.
Paulo.
O caso está relacionado a um jantar no Palácio do Jaburu,
realizado em 2014, e que foi detalhado nos acordos de colaboração premiada de
executivos da Odebrecht. Na época, Temer ainda era vice-presidente e teria
participado do encontro em que os valores foram solicitados.
As investigações da PF apontam que Temer recebeu R$ 1,4
milhão por meio de João Baptista Lima Filho, o coronel Lima, amigo do
emedebista.
Apesar de investigado, Michel Temer não deverá ser
denunciado enquanto estiver no cargo de presidente da República, pois o
entendimento já externado pela procuradora-geral Raquel Dodge é o de que um
presidente não pode ser responsabilizado por fatos anteriores ao mandato.
Resposta
Em nota publicada pelo Estado de S. Paulo, o Palácio do
Planalto disse que o inquérito da PF é um atentado à lógica e não segue a
cronologia dos fatos.
Leia a nota:
A conclusão do inquérito pela Polícia Federal é um atentado
à lógica e à cronologia dos fatos. Jantar ocorrido no final de maio, segundo os
próprios delatores, tratou de pedido de apoio formal para campanhas eleitorais,
o que ocorreu realmente dentro de todos ditames legais. Todos os registros
foram feitos em contas do PMDB e declarados ao TSE. Agora, sem conseguir
comprovar irregularidades nas doações, o delegado aponta supostos pagamentos
ocorridos em março como prova dos crimes, ou seja, dois meses antes do jantar.
A investigação se mostra a mais absoluta perseguição ao presidente, ofendendo
aos princípios mais elementares da conexão entre causa e efeito.
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