Candidato à Presidência da República pelo PSL nas eleições 2018, Jair
Bolsonaro, classificou como "coitadismo" os movimentos sociais
que defendem as causas de grupos minoritários. Em entrevista à TV Cidade
Verde, do Piauí, o presidenciável afirmou que "tudo é coitadismo no
Brasil" e que vai "acabar com isso".
"Isso não pode continuar existindo. Tudo é coitadismo.
Coitado do negro, coitada da mulher, coitado do gay, coitado do nordestino,
coitado do piauiense", disse Bolsonaro, para quem a melhor forma de
combater o racismo é não tocar no assunto.
"Quando eu era garoto, não tinha essa história de
bullying. O gordinho dava pancada em todo mundo. Agora o gordinho chora.
Acontecem as brincadeiras entre crianças. Elas estão ali se moldando, moldando
o caráter. Não tem que ter política pra isso", afirmou.
Segundo o candidato do PSL, líder nas pesquisas de intenção de votos, as políticas
afirmativas defendidas pelos movimentos sociais "reforçam o
preconceito". Como exemplo, citou a política de cotas que garante o
ingresso nas universidades públicas a um grupo de pessoas consideradas menos
favorecidas, como os negros. Em sua opinião, essa política é
"completamente equivocada". Para comprovar sua tese, recorre a uma
estatística, mas não cita a fonte da informação.
"Setenta por cento dos afrodescendentes que entram
pela política de cota (na universidade) são bem de vida. Tem que ter uma cota
social para inverter isso aí", disse Bolsonaro.
Para o presidenciável, as políticas afirmativas são uma
"maneira de dividir a sociedade". Ele nega também que haja
desigualdade no Brasil, já que, segundo Bolsonaro, "somos um só povo
embaixo de uma só bandeira, um só coração verde e amarelo."
Durante a entrevista, o presidenciável voltou a afirmar que
vai tratar as ocupações de terras promovidas pelo MST como ação terrorista.
"Esse pessoal não pode continuar levando terror ao campo e ficar imune em
nome do movimento social", afirmou. (Estadão)
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