O candidato à presidência, Fernando Haddad, acusou neste
sábado seu adversário de ultradireita, Jair Bolsonaro, favorito nas pesquisas,
de fomentar "a violência" e "a cultura do estupro".
"Meu adversário fomenta violência, inclusive a cultura
do estupro, ele chegou a dizer para uma colega do parlamento que não a
estuprava porque não o merecia. Você quer uma sinalização mais violenta do que
essa em relação à sociedade?", alertou Haddad em uma entrevista exclusiva
com a AFP em São Paulo.
Bolsonaro, que obteve no primeiro turno 46% dos votos,
contra 29% de Haddad, candidato do Partido dos Trabalhadores (PT), propõe
liberalizar o porte de armas para combater a criminalidade, um dos temas mais
controversos da campanha.
Para Haddad, o escolhido do ex-presidente Lula para
substituí-lo na corrida à presidência, trata-se de uma resposta com limitações.
"Ninguém suporta a bandidagem. A questão é que as
propostas do Bolsonaro, que são pouquíssimas, inclusive na área em que ele se
diz especialista, não vão resolver", disse o ex-prefeito de São Paulo, de
55 anos.
"Armar a população não vai resolver. Quem tem que
prestar o serviço de segurança publica é o Estado. E, se o Estado não está
prestando o serviço corretamente, nós temos que adequar o serviço. A minha
proposta é que o governo federal, que hoje cuida pouco da segurança, passe a
cuidar e a assumir parte das responsabilidades, sobretudo em relação ao crime
organizado", acrescentou.
Bolsonaro, de 63 anos, do Partido Social Liberal (PSL),
começou o segundo turno com a ampla vantagem de 58% das intenções de votos,
contra 42% para Haddad, segundo a pesquisa do Datafolha.
Além da vantagem nas intenções de voto, o ex-capitão conta
com o apoio das bancadas da Câmara vinculadas ao agronegócio, às igrejas
evangélicas e aos defensores do porte de armas, o que poderá viabilizar a
governabilidade. (AFP)
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