O presidenciável Fernando Haddad (PT) e o PDT, partido que
o apoia no segundo turno, vão entrar na Justiça para pedir a punição de Jair
Bolsonaro (PSL) e a impugnação de sua chapa em razão de reportagem desta
quinta-feira do jornal Folha de S. Paulo que revela que empresários
bancaram a disseminação de mensagens contra o PT nas redes sociais.
Segundo o jornal, as empresas – que também terão suas
punições pedidas à Justiça – custearam, com contratos de 12 milhões de reais,
serviços de disparos de conteúdos por meio do WhatsApp contra o partido e favorecendo
Bolsonaro. Haddad disse que há indícios de outros “milhões de reais” em
contratos ainda não identificados.
“Em qualquer lugar do mundo, isso seria um escândalo de
proporções avassaladoras, poderia encerrar até com a impugnação da candidatura
com a chamada do terceiro colocado para disputar o segundo turno”, disse
Haddad. Quem chegou em terceiro lugar no primeiro turno foi Ciro Gomes, que é
do PDT, partido que anunciou que vai à Justiça – ele teve 13.344.366 votos,
representando 12,47% dos votos válidos.
O petista citou que o próprio Bolsonaro, falando por
viva-voz no celular, pediu a empresários que financiassem a disseminação de
mensagens aos eleitores. Para Haddad, houve crimes de organização criminosa,
caixa 2, calúnia, difamação e lavagem de dinheiro.
Independentemente do resultado eleitoral, Haddad afirmou
que sua campanha vai rastrear os responsáveis pela disseminação do conteúdo e
pedirá a prisão em flagrante ou prisão preventiva dos responsáveis. O petista
também afirmou que vai cobrar de Bolsonaro uma reparação por informações
mentirosas feitas contra ele durante o processo eleitoral. “Isso não tem prazo
para acabar, vamos até as últimas consequências.”
O presidente do PDT, Carlos Lupi, disse que os
argumentos do pedido que o partido irá apesentar à Justiça ainda estão sendo
preparados pelos advogados da legenda, que devem endereçar a solicitação ao
Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
No início da tarde, sem mencionar a reportagem da Folha,
Bolsonaro afirmou no Twitter que “apoio voluntário é algo que o PT desconhece e
não aceita”.
Fonte: VEJA
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